Império do Sol deve ser um dos filmes menos assistidos de Spielberg, eu consigo entender porque, mesmo que pessoalmente discordando desse motivo. O filme tem um dos enredos menos comuns para um filme sobre a Segunda Guerra, já que segue os percalços de um garoto que enfrenta a guerra por conta própria. Nesse aspecto, o filme me lembrou muito Labirinto do Fauno e The Fall, mesmo que não tão fantásticos quanto esses dois, já que a história de Jamie é muito mais pé no chão, direcionada pela imaginação e fantasias do garoto sobre como compreendia e vivia os fatos da guerra, mas sempre com um foco na realidade.
Christian Bale merece muito reconhecimento por sua atuação neste filme, com o que considero uma das melhores performances por uma criança/adolescente que já vi. Na verdade acredito que ele tem sido muito pouco aproveitado recentemente e merece mais que isso por ser um dos melhores atores dessa geração. O jovem Bale consegue ser totalmente louco, carismático e divertido, impossível de não simpatizar, torcendo por ele em seus sucessos e lamentando seus fracassos e azar.
Spielberg fez um trabalho fantástico no filme, criando algumas cenas de proporções épicas e uma ambientação perfeita, como ninguém faz igual, mas o grande problema do filme acredito que tenha sido relacionado a duração, já que o filme é excessivamente longo, fácil de perder o foco já que passa por uma espécie de montanha russa de sentimentos, indo de uma sequência triste, para um momento cômico seguido por um momento dramático, o que demonstra uma certa insegurança do diretor com seu objetivo ao fazer esse filme. Apesar disso, existem algumas cenas fantásticas, como o ataque aéreo na prisão japonesa, trabalho de um verdadeiro mestre atrás das câmeras.
Com muitos mais pontos positivos que negativos, Império do Sol é um filme que merece muito mais respeito, reconhecimento e apreciação, mesmo sendo um filme difícil de assistir, é um tempo bem gasto.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário