A comédia Jejum do Amor, de Howard Hanks, que fala de um universo que eu, particularmente adoro muito, o jornalismo, sem dúvida um dos filmes com os melhores diálogos que já tive o deleite de assistir, eles são rápidos e se atropelam l tempo inteiro, e isso não é um defeito, vários personagens falando rapidamente, o filme fala de uma época em que os jornalistas faziam qualquer coisas para conseguir uma matéria, qualquer coisa mesmo, de uma época em que as manchetes eram extremamente sensacionalistas, mentiam, deturpavam as notícias e ainda assim, conquistavam o público.
O mundo corrupto da imprensa se baseou em uma peça de 1928 - que deu origem a outros filmes - na peça original, dois jornalistas duelam por uma matéria, o mais inteligente ganha, só que como o filme foi parar nas mãos de Howard Hanks, algumas coisas mudaram, no lugar de uma dupla de jornalistas, Hanks desejou que fosse um casal, ou melhor, um ex-casal e para isso algumas coisas foram alteradas da trama original. Walter é o protagonista, editor chefe de um famoso jornal, sua ex-esposa, Hildy já partiu pra outra, encontrou um outro cara e já está noiva, aliás, está a um dia de casar quando vai até o jornal para dar a notícia a Walter. O que foi adiciona, foi uma sátira, jogando com as ideias de que o homem é a mulher querem da vida, no meio das falcatruas do mundo jornalístico daquela época.
Os duelos verbais são a grande jogada do filme, os momentos iniciais do filme, ainda dentro do escritório de Walter, o duelo é tão ferrenho que precisamos acompanhar com muita atenção, isso perdura por quase todo o filme que são diálogos corridos atrás de diálogos corridos, essa troca de palavras acaba pretendo atenção e consegue manter uma certa qualidade, a excelente química entre Cary Grant e Rosalind Russell, ele um charmoso canalha que é impossível de não gostar, ela uma inteligente e afiada, juntos na mesma cena, são a melhor coisa do filme. O problema do filme é o tempo que Hanks desperdiça com tramas paralelas, como do condenado Earl Williams, ainda que o foco principal seja expor o jornalismo absurdo daquela época.
Se trata de uma comédia, as comédias tem meio que uma obrigação de convencer o espectador de que o casal sente um pouco outro, isso não acontece na comédia de Hanks, já que o crescimento gradual não existem, esse é um dos poucos problemas narrativos, ainda assim, está longe de ser um dos melhores filmes da época ou do diretor Howard Hanks, ainda assim é um dos filmes que fizeram o cinema, por conta de seus diálogos, que desperta risadas e sacia o espectador de diálogos inteligentes.
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