O quarto capítulo da Saga de JigSaw chegou aos cinemas em 2007 sem a mesma força dos anteriores, porém ainda causava grande ansiedade ao público. Após um terceiro episódio fraco, em todos os sentidos, este filme tinha a missão de, além de prosseguir com a matança engenhosa do vilão, manter a altíssima arrecadação, que marcou o lançamento comercial de seus antecessores.
Quando o terceiro longa fora lançado, era enorme a expectativa em torno de si, devido ao sucesso imediato dos dois primeiros filmes (Apesar de que a qualidade do roteiro, bem como o impacto de 'novidade' caiu bruscamente no segundo capítulo). O marketing do longa foi intenso, onde a chamada afirmava que, mesmo após a morte do vilão, no filme anterior, a matança continuaria, com a apresentação de um novo vilão.
O grande problema se encontra justamente neste fator. O vilão é extremamente carismático. JigSaw, apesar de passar os três primeiros longas de maneira precária, e próximo da morte, devido a um câncer, era o elemento primordial para o sucesso dos filmes. A mente criativa e doentia do vilão, que mesmo impossibilitado, promovia verdadeiros massacres. Com o término do segundo filme, o público percebe claramente que seu fim é no próximo longa, sem dúvida alguma, e quando esta hora chega, a 'graça' se perde.
Quando o vilão sucumbe, no desfecho do terceiro filme, o público demora um pouco a acreditar de que formas, os roteiristas darão continuidade a saga. Só o fato da morte do vilão já é sinal de desgaste da série, e o público a sente. Neste quarto filme, o público logo de cara é preparado para assistir ao restante do filme, sem o grande vilão, realmente morto, comprovado por uma cena forte e bem realizada, envolvendo uma autópsia altamente estilosa e gráfica.
JigSaw apenas da as caras em flashbacks, o que é muito pouco, e com o tempo, torna-se altamente desgastado e sem graça. Pouco sobrou daquele filmaço de 2004. Agora são outros personagens que operam o show, sem contar que a série tornou-se, definitivamente, uma trama mais policial do que necessariamente de Terror. A trama policial e seus temas de conflitos tomam conta de quase toda a projeção, sufocando-a, com intermináveis e confusos flashbacks. As cenas de mortes, envolvendo as tradicionais armadilhas, agora mais estilosas e maiores do que nunca, apenas aparecem para não falar que o filme não é de Terror.
A fórmula, que outrora era eficiente, não mostra nem 1/3 de sua força mais. As cenas, que antes eram chocantes e criativas, aqui tornaram-se chatas, e altamente previsíveis. O público já espera por mortes criativas (De mais, por sinal), bem como o desfecho-surpresa, que marcou todos os longas da série. Isto causa um certo cansaço ao público, devido ao mesmo já saber que vem algo no desfecho, e ter que aguentar o mesmo chegar com uma trama quase insuportável de investigação policial, que sem emoção, traz sono ao telespectador.
A parte técnica se mostra idêntica aos anteriores, com cenários escuros (Aqui em maior escala), com o figurino e fotografia sem mudanças. Tudo é a mesma coisa do que fora mostrado na Terceira Parte, só que de forma totalmente mal sucedida. Não existe emoção, não existe suspense, tudo é chato e previsível. A base do longa continuou a mesma coisa que antes, com uma enrolada trama policial, sendo cercada por algumas armadilhas, e com o final-surpresa, de que surpresa não tem nada. Apesar de não saber o que virá, o público já sabe que vai existir alguma reviravolta, o que reduz em quase a metade e expectativa ou surpresa do púbico.
Este longa só não é o pior da série pois existem as tenebrosas partes seguintes para piorar a situação. Apesar de conter um clima falho de suspense, uma trama policial pouco envolvente e completamente sem graça, as mortes ainda mantém certa criatividade, mas apesar de ainda serem violentas, as mesmas não conferem mais o impacto de outrora, muito menos a mesma emoção e apreensão no público, que assistia aflito as cenas. A partir deste filme, as armadilhas se tornariam verdadeiras máquinas engenhosas de tortura, se tornando impossível de serem construídas por um único homem, e ainda mais quando este, está sob suspeita policial.
"Jogos Mortais 4" é apenas um exemplar sem peso da série. Apesar de apresentar novidades sobre o passado do vilão e sua relação com demais personagens, sa existência é apenas desculpa esfarrapada dos magnatas de Hollywood para arrecadar mais dólares. Poderia muito bem ter encerrado na péssima terceira parte, com a morte do vilão.
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