O terceiro capítulo da franquia 'karatê Kid' foi lançado em 1989, retornando os mesmos personagens centrais e a equipe técnica dos demais filmes. Porém isto não foi suficiente para segurar o filme enquanto arte e entretenimento, sendo chato em 90% de sua duração, tendo seus personagens, outrora carismáticos e divertidos, irritantes e desinteressantes, em especial Daniel Larusso (Interpretado por um já velho e gordinho Ralph Macchio).
Mesmo com o roteiro sendo assinado novamente por Robert Mark Kamem, a trama perde totalmente seu charme e envolvimento, presente nos capítulos anteriores. Isto se deu ao fato de sua trama, bem como os personagens, já se encontrarem saturados, devido a grande exposição psicológica a que foram submetidos nos dois primeiros longas, deixando realmente pouca coisa nova para ser trabalhada neste capítulo derradeiro. O diretor Jhon G. Avildsen juntamente com Kamem deveriam ter sido mais criativos, em uma nova história envolvendo sensei e discípulo, mas não é o que ocorre aqui.
O que acontece com este terceiro capítulo é que após Okinawa, Daniel deve defender seu título em um novo Torneio, ficando claro a total necessidade criativa em queo roteiro se encontra, levando em consideração que não há graça alguma em ver Daniel novamente em um tablado, com regras e pontos a serem disputados, sabendo que o mesmo arriscou tudo em um duelo de vida ou morte no filme anterior. A impressão que se dá é de um retrocesso e não mais um desafio a altura do jovem campeão.
Também a relação de Miyagi e Daniel finalmente dá sinais de cansaço e falta de criatividade, tendo em vista que o roteiro aqui mostra elementos muito parecidos com a do primeiro filme. No início o sensei não está de acordo com um confronto, mas após ver seu discípulo em sérias dificuldades, volta atrás e treina mais uma vez Daniel, para que este saia vitorioso novamente (um claro repeteco do roteiro bem sucedido do original de 84). Um novo elemento do roteiro é a abertura de um pequeno comércio de Miyagi e Daniel, porém muito mal aproveitado. Isto sem mencionar os demais personagens, em especial a nova namorada de Daniel aqui, que entrou e saiu do filme sem ao menos dizer para que veio, ficando totalmente sem sentido sua participação.
Os vilões não possuem o mínimo de carisma, diferentemente dos primeiros, que carregavam uma certa carga dramática, tendo sua personagem ao menos um pouco desenvolvida pelo roteiro, mas aqui, todos são canastrões, falam demais, seus motivos para suas ações são banais e totalmente sem sentido. O rival de Daniel, interpretado por Sean Kanan é totalmente desprezível e sem caráter, bem como sem personalidade alguma! Até mesmo a bela trilha de Bill Conti perde em qualidade neste capítulo! A edição nem se fala, deixando a trama arrastada, chata e monótona grande parte de seu tempo!
Enfim o duelo final: Tudo é muito superficial e previsível, a nenhum momento você acredita que o vilão poderá afetar seriamente o herói e assim se sagrar vitorioso. É tão previsível que o telespectador acompanha Daniel apanhando de seu rival só aguardando a hora que ele revidará e vencerá o duelo. Tudo ficou ainda mais sem graça com o golpe final, um simples Katá seguido de um golpe apagado, bem diferente dos golpes decisivos dos primeiros capítulos.
'Karatê Kid 3: O Desafio Final' afundou a série de vez, sendo considerado com unanimidade o canto do Cisne da trilogia! Ainda viria um quarto episódio, com a clara intenção dos produtores de mudança e renovação, porém mais uma vez, o encanto de outrora se perdeu.
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