Me incomoda como muitas vezes a Gerwig parece querer investir em temas mais pesados, em um filme mais pesado, e precisa seguir seu tom mais leve, porém, existe uma "verdade" aqui difícil de se manter indiferente. Não sei se é autobiográfico e nem importa, sei que os personagens parecem bem reais e os dramas também, assim, admito, a narrativa cíclica de alguém que desesperadamente quer voar longe das raízes apenas para, distante, perceber o quanto possui das raízes, teve seu efeito em mim.
Têm, no mínimo, um trio de cenas que podem virar clássicas desde já, com diálogos que de tão verdadeiros chegam a doer ver na tela, como, por exemplo, aquele sobre já ser a melhor versão possível, que escancara não uma falta de amor simplista, mas uma relação de sangue e sentimentos que possui muito mais que qualquer 90 minutos de filme e um diálogo individualista apenas na superfície irão retratar (e aqui está o grande triunfo: cada relação aqui - entre personagens e entre eles consigo mesmo - renderia um filme interessante e, por incrível que pareça, condensar tudo ao drama da protagonista não afeta o desenvolvimento individual deles).
No mais, Saoirse Ronan arrebenta desde Desejo e Reparação e teve seu brilho (intenso) mesmo em Um Olhar do Paraíso, então, elogiar a personagem que poderia bem ser uma garota de 18 com dificuldades em se relacionar com a mãe e consigo mesma seria chover no molhado.
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