É notável que nos últimos anos a safra de filmes de Super-Heróis e Baseados em Histórias em Quadrinhos, seja bom ou ruim, para o bem ou para o mal, tem ganhado amplo espaço no mercado cinematográfico. Qualquer desenho ou Super-Herói que tenha o mínimo de fama que seja, já é motivo para os estúdios pensarem em lançá-los nas telas de cinema, com qualquer diretor, ator, etc. O que importa mesmo são os fãs que com certeza pagarão pra ver. Daí surgem lixos como este que não consegue nem servir de filme descompromissado de Ação e Aventura para os espectadores mais exigentes.
Se Lanterna Verde não existisse não faria a menor diferença. Não acrescenta em nada no universo dos filmes do gênero, muito pelo contrário, só serviu pra ser usado como um péssimo exemplo. Se os dois últimos trabalhos do diretor Martin Campbell, 007 - Cassino Royale e O Fim da Escuridão chegou recebendo boas críticas, Lanterna Verde joga tudo por água abaixo. O diretor não soube fazer absolutamente nada de diferente ou que chamasse a atenção no filme. Creio que o super-herói não é dos mais famosos e queridos pelo público como Batman ou Homem-Aranha, e pela direção frágil e sem identidade de Campbell, o filme perde totalmente a força ao seguir, sem desviar por um momento sequer, a linha dos clichês mais comuns do gênero, onde a experiência se torna frustrante, por sabermos exatamente tudo o que virá a acontecer.
A começar pelos primeiros minutos do filme, que além de ser clichê é uma confusão dos infernos. Informações são jogadas na tela, como quem estivesse com preguiça de mostrar ou desenvolver a história que travou a guerra do bem contra o mal do planeta OA. Quem não imaginava que Hal Jordan (Ryan Reynolds) voltaria ao Planeta para pedir ajuda? Ainda mais quando o diretor simplesmente deixa o planeta de lado durante grande parte da projeção do filme para só mostrá-lo novamente quando Hal Jordan precisar de uma ajuda. Fora o showzinho que o herói dá pela primeira vez, impressionando a todos, salvando a mocinha, e deixando ela caidinha por ele. Pra piorar, o vilão é a coisa mais grave e absurda do filme. Não tem identidade alguma, não tem desenvolvimento e ele só está ali, pra dizer que tem um vilão, que vai destruir tudo, que tem um poder inigualável e colocar o mocinho à prova e este por sua vez se sacrificará pela humanidade blablabla.
Não torcemos. Não vibramos. Ryan Reynolds se esforçou mas seu personagem não conquista. O carisma de Hal Jordan soa gratuito a fim de unir o espectador a ele. Não tem uma cena que nos faça sentir algo pelo personagem, deixando aquele ar de insignificância como "Se morrer, morreu". Os personagens secundários foram um desperdício. Hector Hammond (Peter Sarsgaard) só não rouba a cena justamente por não lhe darem espaço, pois Peter Sarsgaard quem mais se destaca ali. Seu personagem só está ali como um pretesto que é usado pela força amarela (a cor do vilão), tanto que passamos boa parte do filme sem saber o porque de ele está se tornando uma pessoa ruim, pra que no final, o roteiro que mais uma vez insiste em ser clichê revela uma surpresinha pra deixar um ar de inteligência. Há um único e justo ponto positivo em Lanterna Verde que é o trabalho de maquiagem. Um trabalho formidável, com caracterizações super bem feitas, e que merece destaque, pois nem as cenas de ação funcionam já que estas são tão rápidas e sem ambição.
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