Addie Loggins(TatumO'Neal) é uma órfã de 9 anos, que fica sob os cuidados de Moses Pray (RyanO'Neal). Ele vigarista disfarçado que vende bíblias a viúvas, tentando sobreviver em meio a grande depressão dos anos 30 e o vigor da lei seca. As semelhanças entre Addie e Moses, são muito mais que o simples fato de terem os queixos parecidos, algo que fica bem claro no decorrer da obra, mas nunca de fato chegada ao concesso por parte deles, gerando as cenas mais engraçadas do filme. As trapaças de Moses logo são descobertas por Addie, que passa a exigir 200 dólares que ouviu ele falar em uma estação de trem. A relação afetiva de ambos é crescente assim como os golpes aplicados.
Não é difícil de saber que Lua de Papel(Paper Moon, 1973), foi fortemente influenciado pelos filmes do final dos anos 60 e início dos anos 70. Aqui os protagonistas são anti-heróis, algo que vinha conquistando cada vez mais o público na época. O exemplo mais comum é o de Alex de Large em Laranja Mecânica(A Clockwork Orange,1973), mas o que indetificamos maior semelhanças com Addie e Moses é em Bonnie e Clyde(Bonnie and Clyde,1967) tendo como ponto de vista o casal como antagonistas. Só que a diferença é que aqui a relação é bem mais afetiva, de pai para filha, talvez nunca visto até então nos cinemas.
Bogdanovich só aceitou dirigir o filme, depois da recusa de John Wayne em protagonizar um western no qual escrevia. Por isso que não é de se estranhar a ambientação do filme parecida com a de um western, filmado no Kansãs. A fotografia em petro e branco da uma leveza ainda maior e encantadora, simbolizando ainda mais o período da grande depressão. O roteiro de Alvin Sargent, inspirado na obra Addie pray de Joe David Brownn, deposita todas as suas fichas no desempenho da dupla principal de forma acertada. Foi a segunda parceria de Ryan O'Neal com o diretor Bogdanovich, no ano anterior estavam no projeto Essa pequena é uma parada(What's Up, Doc?, 1972) comédia romântica, tipo de filme que percorre desde o início da carreira do astro.
É impossível não dedicar totalmente um parágrafo completo a atuação de Tatum O'Neal que aos 10 anos se tornou a atriz mais jovem a ganhar o Óscar, isso levando em conta que foi seu papel de estréia no Cinema. Bogdanovich deu um tiro certeiro ao a escolher pra desdesempenhar papel principal, mesmo conquistando o Óscar de Coadjuvante ela é Principal. O fato de ser filha de Ryan O'Neal deve ter ajudado bastante na química dos personagens. Ver aquela menina aos 9 anos fumando é algo fora do comum para a época, mas cá entre nós ficou linda ela fumando.
Escrever uma crítica para Lua de Papel é dos trabalhos mais gratificantes que um crítico pode ter. Ao escrever sentimos aquela nostalgia que se expande durante os 102 minutos de duração. É uma comédia sim, mas não deixa de ser um road-movie, com ambientação de western e um drama presente nos diálogo de pai e filha. A história simples que conquistou o mundo dificilmente seria superado em qualidade pela obra que John Wayne recusou em fazer. Obrigado John Wayne por ter recusado esse papel, ele de xerife destemido tem vários papéis, mas só temos uma única oportunidade de ver Addie e Moses em cena
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