O primeiro filme do diretor Karim Ainouz, intitulado MADAME SATÃ (2002) é mais do que o diretor faria ao longo de toda sua carreira, um filme irregular, assim como todos os posteriores do diretor. O filme conta a história João Francisco dos Santos, interpretado por Lazáro Ramos (em sua melhor atuação) nas ruas sujas de um bairro no Rio de Janeiro, ele que não é um homem qualquer, tem como maior sonho, se tornar um artista de palco, esse mesmo sujeito que sim, anos a frente se tornaria artista e usaria o nome de madame satã.
O filme mostra a personalidade insana de João, ressaltado por alguns diálogos que deixam em evidência o ar de teatralidade do protagonista, não fosse a excelente atuação de Lazáro, o filme não funcionaria em nada, já que a fotografia é escura demais, quase não se enxerga o cenário, a câmera não da espaço para o espectador para se aproximar dos personagens, a montagem é atrapalhada, Aïnouz consegue nos passar um grande desconforto na sua retratação da Lapa de 1930 e sua evidente boêmia.
Claro, esse é um filme corajoso sim, ainda que muito prejudicado por todos a sua volta, Ainouz já mostrava ao que veio em seu primeiro longa, que é de fato ruim, ainda assim, consegue deixar sua marca, arrancar atuações excelentes e até diferentes sensações pra quem assiste, ainda assim, nada disso é suficiente para salvar o filme de um colapso técnico.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário