Stanley (Colin Firth) é um famoso mágico com uma visão puramente racional do mundo. Tudo para ele tem uma explicação lógica e fenômenos sobrenaturais são somente trambiques baratos. Quando um amigo de longa data, também mágico, o procura para dizer que encontrou uma moça (Emma Stone) com supostos poderes paranormais, Stanley decide investigar o caso mais a fundo e provar que ela se trata de uma farsante.
Conhecendo então a garota Sophie Baker, ficamos fascinados com a sua beleza e com seus poderes. Até mesmo Stanley, um cético convicto, começa a duvidar de toda a sua vida até então, passando a questionar se realmente existe “algo maior” nesse mundo.
Mesmo contra a racionalidade de Stanley - noivo de uma mulher também cética – um romance passa a nascer entre ele e Sophie. Ela, encantada pelo seu sarcasmo e inteligência, e ele, arrebatado pelos seus olhos e sorriso cheios de “magia”.
O clima de suspense sobre a verdadeira personalidade de Sophie é mantido por um tempo, todavia não é o mais importante no filme, já que a verdadeira mágica aqui não significa a existência de um sexto sentido, mas – de certa forma, clichê – o poder do amor. Sem motivo racional, um se apaixona pelo outro, mesmo tendo personalidades e modos de pensar tão diferentes.
Woody Allen utiliza um visual dos anos 20 também utilizado em “Meia-Noite em Paris”, indicando o quanto ele realmente gosta dessa década. O romance entre um homem mais velho e uma garota também se repete, imitando a vida do diretor. E talvez toda essa questão religiosa também faça parte da vida de Allen, que se utiliza de Stanley como seu alter-ego: alguém cético que só encontrou mágica na vida em seus romances.
Woody Allen tende a sempre imprimir uma marca própria sua nos filmes, exprimindo suas angústias por meio de personagens rabugentos, mas encantadores. E mesmo em um filme menor, como este, podemos sentir o prazer na tela de enxergar um pedaço da alma de alguém. Se é que realmente existem almas.
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