Inteligente, desafiador, profundo e muito bem interpretado. A Obra-Prima de P. T. Anderson
Minhas experiências com os filmes do Paul Thomas Anderson foram decepcionantes. Primeiro o mediano Sangue Negro, depois o fraco Embriagado de Amor . Mas eis que resolvi assistir Magnólia, e nos créditos finais a única coisa que pairava na minha mente era: Que coisa maluca e genial! Magnólia, que teve suas 3 dignas indicações ao Oscar em 2000 na categoria de Roteiro Original, Melhor Ator para Tom Cruise, e Melhor Canção, tem toda a razão pra ser considerado sua Obra-Prima. Um filme com cérebro. Coisa de gênio!
Assinando o roteiro e a direção do filme, Paul Thomas Anderson cria uma obra magnífica, complexa e muito bem trabalhada, desde a abertura onde numa espécie de jornalismo, informações são dadas aos espectadores sobre mortes e alguns acontecimentos estranhos, com coincidências e os fatos desses acontecimentos se interligando. Após isso, somos levados à vida dos personagens, que assustadoramente todas as histórias estão interligadas. É magnífico com o roteiro do filme promove coincidências pra que tudo se encaixe.
Além do diretor criar tudo isso, o filme não é apenas uma história inteligente onde tudo se cruza e ponto final. Magnólia tem uma complexidade desafiadora, controversa e reflexiva onde as qualidades humanas são abordadas por base de metáforas. As incertezas sobre viver a cada dia, a dificuldade de perdoar, a inveja e o ciúme, as dificuldades de encontrar um companheiro (a) para uma relação amorosa, homossexualismo enfim, o diretor usa cada um dos personagens para abordar assuntos diversos que ecoam na vida dos seres humanos. Vemos um pouco dessa metáfora na tão famosa frase do filme, ou melhor, no versículo bíblico usado pelo diretor: “E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos.” e também em uma frase na qual um dos personagens diz: “Tenho muito amor pra dar, só não tenho a quem distribuí-lo”.
E a cena final, que pode fazer a pessoa odiar o filme e que pode jogar por água abaixo toda satisfação do espectador que estava o adorando, é complexa e metafórica, por isso é absurda. E sinceramente, essa cena me fez gostar mais ainda do filme, não é sempre que assistimos algo parecido, pra mim foi inédito. Percebe-se que essa cena começa após o personagem de Tom Cruise dizer as seguintes palavras para o pai: “Não morra, filho da puta, não morra!” Como se fosse um sinal de perdão. Nos momentos finais se encerra o ciclo que ligava os personagens, onde o policial encontra o personagem sangrando.
São muitos os pontos que fazem de Magnólia uma verdadeira Obra-Prima, genial como poucas. A escolha do elenco não poderia ser melhor, todos ótimos, principalmente Tom Cruise nas cenas como apresentador e o seu olha intimidador na cena da entrevista e Julianne Moore magnífica na cena da farmácia. A direção excelente de Paul Thomas Anderson faz o filme parece ter a metade de sua duração, as 3 horas passam voando, o roteiro ágil, interessante e o troca troca de personagens ajudaram no desenvolvimento do filme que se livrou da monotonia. São muitas histórias e todas elas interessantes então a agilidade do roteiro nunca perde a força.
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