MARIE-COPPOLA
Marie-Antoniette(Kirsten Dunst) é uma arquiduquesa da Áustria que mudasse para Paris, para casar com o príncipe Luís XVI(Jason Schwartz). Já na Áustria a jovem Marie-Antoniette não se sentia tão livre e pura, com a chegada na França, por sua vez, essas peculiaridades que a irritam profundamente, se tornam maiores ainda. A sua vida presa no palácio vai se tornando maior ainda quando a mesma se torna Rainha da França. Com sérios compromissos e uma verdadeira imagem para zelar e proteger, Marie-Antoniette vai enfrentando a cada dia uma dura rotina em que seus limites serão totalmente testados, aonde neste ponto em que chegamos, se cria uma das mulheres mais incompreendidas da história.
O foco é esse, mas a diretora nova-yorkina, Sofia Coppola(que aliás carrega um grande sobrenome nas costas) usa apenas de base para criar em cima disto, uma personalidade forte e única em cima do roteiro. Os contornos de Maria Antonieta(Marie Antoniette,2006) não servem para apenas expressar uma beleza visual na qual todos os filmes, pelo menos deveriam(na teoria), do gênero e temática devem mostrar, mas sim como uma língua para se conectar com o espectador, e usado a base para mostrar sua rebeldia e feminismo, basta deixar fluir que o show de Coppola começa.
Marie-Antoniette, pela lenta e detalhista câmera de Sofia Coppola, passa de uma imagem histórica e conhecida para uma personalidade pop pelas lentes óticas do filme. Depois da base do seu roteiro, infiltrar em si numa personalidade histórica, Coppola embala o espectador, assim como Dunst embala por sua beleza forte e personalidade tão bem atuada e trabalhada. O julgamento que Coppola vai fazendo sob a personalidade não só adianta para mostrar para que serve Marie-Antoniette em seu filme, mas para que o espectador também pegue a mesma essência, pois aqui Marie-Antoniette assim como na história não serve para mostrar um retrato de quem foi essa figura, mas sim como um instrumento para Coppola mostrar sua mensagem através da observação da depressão, incompreensão e julgamento social(mais ainda do ponto de vista feminino) da crueldade arcaica “moral” e primitiva que a sociedade vem fazendo a tempos.
Com certeza, os traços de revolução, são nítidos, bem como Marie-Antoniette é angustiada e depressiva de forma com que Coppola possa massacrar o espectador com isto, com a sua câmera, que se torna um dos pontos mais exclusivos do filme. Kirsten não é apenas Marie-Antoniette, mas também, é um retrato do que Coppola sente e quer ou simplesmente necessita fazer no cinema. Apesar disto, não se trata de uma falsa história, bem como Marie-Antoniette não sai do padrão, mas a força de sua feminidade e destreza e indignação são os fatos que consomem toda a obra e provavelmente onde se encontra os pontos fortes juto com, também, os pontos fracos.
Marie-Antoniette apesar de ser uma verdadeira personalidade movida de forma agradável por Coppola, usa o seu estilo pop para mostrar uma relação direta com o espectador e com o mundo atual, mas não passa muito disto, e ainda assim a nossa arquiduquesa não sabe se controlar de forma muito agradável entre o seu mundo(muitas vezes, demonstrado demasiadamente mimado) e o mundo verdadeiro. Apesar de funcionar o mundo verdadeiro, naquela época, como ainda o atual, fazendo assim uma certa crítica, não adianta muito, uma vez que Marie-Antoniette, ao lado das trilhas-sonoras, boas, mas que não entram em sintonia com a personagem e o momento. O clima entre a verdadeira personalidade que Coppola põem em Marie-Antoniette e a verdadeira figura histórica, não se alterna muito bem, por vezes, uma vez que Marie-Antoniette como boa representante da figura feminina forte, falha severamente, por exemplo, ao mostrar um jeito tão chato e mimado para o espectador. O mundo de Coppola é criado através da arquiduquesa, porém não se entra muito bem com a verdadeira, isso já sabemos, o que na verdade faz o espectador ter a dificuldade do real motivo que o filme quer sintonizar com o espectador, em um público muito restrito e muitas vezes mal-usado por Coppola, entre seus exageros e fora a sua direção onde realmente consegue sintonizar de verdade com o espectador, é o que consegue salvar realmente o filme de tanto caos entre real e pessoal, e muitas vezes chatos de mais.
A história de Coppola é sobre a história de uma mulher. Sendo assim, usa de tudo para flertar com o espectador, mas a sua esperança de roteiro, não dura muito e parece se esgotar, assim como também Kirsten Dunst não consegue mostrar sensualidade através da câmera de Coppola, mas consegue mostrar sua bela encenação, mas todos os maneirismos, clichês e personalidade que vai caindo fortemente e afeta fortemente(no sentido ruim) é o que realmente acaba estragando a trama e nos faz sentir enganados muitas vezes. Parece ter muito para oferecer mais com tanta euforia e tantas emoções para se mostrar, acaba caindo muitas vezes no que seria um filme que podia oferecer muito mais, tanto pelo tamanho da qualidade(que mesmo não sendo muita, é totalmente relevante e enorme), mostra através de toda a técnica um filme menor, mas pela poucas partes em que consegue se sintonizar, falar agradavelmente com o espectador, o torna um bom filme.
Escrito por, Ricardo do Nascimento Bello e Silva
Gostei muito do filme :)
Foi? Eu achei meio parado de mais, com muita intenção, mas pouca execução, mas enfim..