[Um corno, um bombeiro e uma atriz que teima em se vestir de noiva… Posso chorar?]
Marido Por Acaso é a típica comédia romântica que, não por acaso (péssimo trocadilho), desperta o nosso lado cínico. Seria lugar-comum dizer que se trata de mais um subproduto em meio a tantos outros que aparecem semanalmente na linha de montagem do cinema norte-americano e que esse é seu principal defeito. Pois a previsibilidade em si não incomoda tanto quanto a notória falta de empenho do elenco.
Quando aceitou o papel e o vestido de noiva, Uma Thurman sabia que aquilo ali não era Tarantino. Que era apenas um cachê a mais na sua conta bancária. Jeffrey Dean Morgan tinha noção de que só precisava ser o engraçadinho imprevisível. E Colin Firth, o corno elegante. Cientes da insipiência do projeto, foi só cada um ligar o seu piloto automático e seguir o enredo em linha reta. Nunca pensei que sentiria saudades do Ben Affleck e da Sandra Bullock…
Como não basta ser um clichezão ambulante, é claro que o filme, pra ser uma comédia romântica de verdade, se passa em Nova York, com direito a todas aquelas tomadas aéreas da cidade. É lá que a escritora e radialista Emma Lloyd (Uma Thurman) apresenta seu programa de rádio, onde dá conselhos amorosos para mulheres solteiras em busca do seu conto de fadas. Seu maior empenho, na verdade, é desmistificá-las sobre a existência do príncipe encantado. Para ela, a felicidade só é consumada através da estabilidade do casamento. Acontece que uma das ouvintes leva o conselho ao pé da letra e desmancha o noivado com o bombeiro Patrick (Jeffrey Dean Morgan).
Como retaliação, o bombeiro pede a um hacker que registre Emma como sua esposa no registro civil de Nova York. E a radialista que estava de casamento marcado com um refinado e elegante editor de livros (Colin Firth) se obrigará a conhecer Patrick para regularizar sua situação. Precisa detalhar quem apagará essa chama?
Imagine um capítulo mal escrito da novela das sete. É mais ou menos por aí o grau de originalidade do longa dirigido por Griffin Dunne, mais conhecido em seus papéis como ator do que atrás das câmeras. Exceto pelo carisma de Jeffrey Dean Morgan, não há muita coisa que se salva em Marido por Acaso. Se a mensagem era a de que todo mundo tem o direito de sonhar com uma paixão arrebatadora, poderiam ao menos ter esperado os 15 minutos iniciais antes de entregar o jogo pro espectador.
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