(Marnie, EUA, 1964).
Diretor: Alfred Hitchcock. Elenco: Tippi Hedren (Marnie Edgar), Sean Connery (Mark), Diane Baker (Lil), Martin Gabel (Sidney Strutt), Louise Latham (Bernice Edgar), Bob Sweeney (Bob), Mariett Hartley (Susan), Alan Napier (Mr. Rutland), Bruce Dern (marinheiro)..
Uma mulher, ladra e mentirosa compulsiva, tem a rotina de arranjar bons empregos e, após ganhar a confiança dos patrões, limpar os cofres da empresa e desaparecer. Numa dessas vezes, ela é pega em flagrante pelo seu chefe que, apaixonado por ela, não quer denunciá-la às autoridades, e resolve ajudá-la a livrar-se de sua compulsão.
Baseado num romance de Winston Graham, com roteiro de Jay Presson Allen, este é mais um suspense com foco em problemas psicológicos, onde o diretor mostra que aprendeu com os erros de seu outro filme com o mesmo tema: “Spellbound” (1945), com Gegory Peck e Ingrid Bergman, só que, invertendo os papéis: naquele era o homem que apresentava problemas psicológicos. Um filme que se tornou lento devido ao excesso de fixação nas análises psicanalíticas. Anos depois ele voltaria a tratar do assunto em “Psicose” (1960), ocupando-se dos efeitos e não do tratamento da doença, porém não perdendo a oportunidade de dar algumas informações psicanalíticas.
Já com 65 anos de idade, Hitchcock, encerra, com “Marnie”, sua melhor fase, iniciada, praticamente, com “Rear Window” (1954). Descontando-se algumas falhas nos cenários, especialmente naquele simulando um porto - quando Marnie é levada para rever sua mãe -, e no roteiro, com uma ligeira quebra do ritmo, por volta de 60 minutos de projeção, influenciando evolução da trama, que logo em seguida seria retomada, este é um filme mais dinâmico do que "Spellbound", conduzido com base em sub-tramas simultâneas, com belo figurino, boa maquiagem, a presença deslumbrante da atriz Tippi Hedren, que já havia trabalhado com Hitchcock em “Os Pássaros” (1963) – mais uma loura em seus filmes –, e a belíssima trilha musical de Bernard Herrmann, que compôs, para o diretor, as trilhas musicais de alguns de seus melhores trabalhos, como: “O Homem que Sabia Demais” (1956), “Vertigo” (1958), “North by Northwest” (1959) e “Psicose”.
Na época de seu lançamento nos cinemas, o filme não foi sucesso, nem de público, nem de crítica, talvez por trazer personagens não muito simpáticos e pouco desenvolvidos, e apresentar um romance apenas morno entre os dois protagonistas. Entretanto, o filme tem mais qualidades do que defeitos.
A habitual participação especial do diretor em seus filmes, acontece aos 4 minutos e 48 segundos de filme, no corredor do hotel, quando ele observa a saída da personagem de Tippi Hedren e, em seguida, dá uma olhadela discreta para a câmera.
A edição nacional em DVD, pela Universal filmes, traz a imagem em fullscren original, com áudio Dolby Digital 2.0 (em inglês e espanhol). Inclui “O Problema de Marnie” (cenas dos bastidores do filme), fotografias de produção e trailer de cinema. Para quem ainda não tem o DVD, vale a pena esperar pelo lançamento em Blu-Ray Disc. 131 minutos.
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