Se para a dona de casa Francesca Johnson viver longe da felicidade que experimentou ao lado do fotógrafo Robert Kincaid por alguns dias era quase impossível, mas ainda possível, para a boxeadora Maggie Fitzgerald, viver longe da vida de lutadora pela qual lutou a vida inteira para ter, não.
Em As Pontes de Madison as memórias seriam o motivo pra seguir vivendo, aliviam a dor por ser possível um dia vivê-las de novo. Em Menina de ouro, são justamente elas que impedem seguir vivendo, doem demais por não ser possível vivê-las de novo.
Menina de Ouro torna-se então o filme onde a morte, uma constante no cinema de Eastwood, não chega como maneira de salvar a vida de outra pessoa, se vingar ou mesmo como cumprimento do dever. Morre-se em Menina de Ouro para encontrar a liberdade.
Assisti a primeira vez há 13 anos e todo ano faço questão de rever ao menos uma vez para reafirmar o que penso desde a primeira vez em que as sombras que lentamente dominavam o filme se cansam e no terceiro ato resolvem se adonar da tela quase tão completamente que o fade out final poderia passar despercebido: é o maior filme do mundo!
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário