SPIKE LEE MESMO COM A TEMÁTICA RECORRENTE E EXPONDO ESTERIÓTIPOS RACIAIS E UM ROTEIRO QUE SOA FORÇADO AO FINAL, ENTREGA UM BOM FILME COM ELENCO COMPETENTE E DE MUITA QUALIDADE TÉCNICA.
Os esteriótipos raciais expostos por Spike Lee parecem clichês na idéia, mais no filmes não ficaram caricatos devido ao elenco que atua muito bem, e também por Lee não só defender os negros (claro vitimas do sistema racista do exército americano), mais ele também expõe o que ha de ruim no ser humano sendo branco ou negro.
Cabo Hector Negron interpretado por Laz Alonso, é o mais centrado e culto daquele esquadrão, Alonso atua bem e expõe essas facetas do protagonista que talvez por ser essas características é o que possui mais chances de sobreviver a guerra teoricamente.
Soldado Sam Train interpretado por Omar Benson Miller, ele interpreta muito bem o soldado supersticioso com uma inocência que não ficou caricata em minha humilde opinião, um personagem que chega a ser o "bobo" e medroso do esquadrão.
Mais o mais verdadeiro também por expor seu medo em um lugar aonde muitos estão com esse sentimento e tentam não expor por vergonha.
Derek Luke em boa atuação com seu personagem: Sargento Aubrey Stamps um líder responsável e ciente da hierarquia mais com uma certa ingenuidade de confiar em comandantes racistas, e pensar que aquela divisão de negros talvez seja uma evolução contra o preconceito assim os negros teriam mais autonomia, mais não passa de mais uma forma de segregação, aonde em situações de perigo seu comandante não acredita em suas informações, pelo simples fato do Sargento ser negro.
Michael Ealy, interpreta Sargento Bishop, aqui Spike Lee demonstrando não aliviar e só tornar o filme uma critica velada ao racismo, o personagem é exposto de forma negativa e satisfatória demonstrando que sejam brancos ou negros todos podem ser desprezíveis, isso independe da cor da pele,
Bishop é um cara arrogante não liga para a missão e muito menos o esquadrão de qual faz parte, só esta interessado em "traçar a bela italiana interpretada por "Valentina Cervi"
Ealy interpreta tão bem que se chega a desprezar o personagem devido a sua falta de comprometimento e só existe para ele o pensamento em beneficio próprio.
Spike Lee também é muito competente na parte técnica nas cenas de ação sem estilizar a violência e deixando tudo bem seco e frio que é o que pedem as cenas de guerra, e as cenas mais cruéis do massacre são expostas de forma forte mais sem exageros e efeitos desnecessários.
O roteiro é o que possui mais problemas a esse bom filme, Spike Lee mais uma vez expõe o tema racismo apesar de ser: "mais do mesmo", Lee retrata a realidade dos soldados negros na segunda guerra mundial sofrendo preconceito em seu próprios pais.
O pais que eles defendem em um pelotão de infantaria é o mesmo que nega seus direitos, apesar de acharem repetitivo é sempre valido relembrar esse tema ainda muitas vezes Tabu, e seja nos Eua da segunda guerra ou aqui no Brasil em 2016, muitos varrem essa discussão para debaixo do tapete.
Mais apesar de algumas qualidades do roteiro, ele erra ao final por ser ambientado na Itália, então tem muito a idéia da fé e o tal "Milagre"é retratado de forma forçada ao final do filme, nada contra religião e fé mais um pouco mais de sutileza seria melhor e não prejudicaria o nível.
Mais ficou exagerado esse teor religioso o que estava indo bem até ali nessa trajetória de "guerra racismo", acaba com essa resolução mais fácil e clichê.
E enfim um bom filme de Spike Lee, que é um cineasta que quase conseguiu sua obra prima no excelente: "A Ultima Noite", aqui em "Milagre em St. Anna" fica longe desse Status, mais gostando ou não Spike Lee sempre traz algo de relevante em seus filmes, alguns mais irregulares mais em sua maioria não passam despercebidos..
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