YOUR SOUL IS MINE!!!
Minha mãe me batia muito quando eu tinha 5 anos de idade... Na verdade isso acontecia porque eu torrava boa parte(se não toda) da minha mesada jogando um tal de 'Mortal Kombat II' no fliperama na esquina da rua de casa... Quando ela pensou que eu estava parando de jogar "aquela merda" como dizia ela na época veio 'Ultimate Mortal Kombat 3' ai fudeu o negócio de vez, mas voltemos a uma das melhores adaptações dos games da história...
No meu ponto de vista, adaptar um game para os cinemas seria uma tarefa relativamente fácil, pois na maioria dos jogos é visto um roteiro coerente e plausível repleto de personagens cativantes e histórias fantásticas vide a falta de originalidade que os roteiristas tem passado ultimamente, mas infelizmente não é isso que acontece na maioria das vezes... De vez em quando aparecem bombas do mais alto escalão por aí como "Max Payne", "Alone in The Dark", "Doom" "Tekken" e qualquer um dos "Street Fighter". Uma ou outra adaptação se torna um filme razoável de se assistir como "Prince of Persia" e "Silent Hill" mas continuo afirmando todos os filmes citados acima, nas mãos certas poderia ter rendido uma ótima película...
Paul W.S. Anderson é um cara mais odiado do que adorado no meio cinéfilo acredito eu... O cara teve a manhã de afundar outra franquia dos games nas telonas: Resident Evil. O camarada introduziu um novo personagem que viria a se tornar praticamente imortal e muita coisa do que é visto na tela, tem nada a ver com a história original dos games. Anderson tem em sua filmografia ainda filmes medianos como "Corrida Mortal" "Alien vs. Predador" e o seu mais recente trabalho "Pompéia" e o grande já promete "Resident Evil 6". Curiosamente o melhor filme do seu nada invejável currículo continua sendo seu 1º filme: Mortal Kombat...
Você que beira os 30 com certeza se lembra da febre que essa série alavancou na indústria de games e mídia em geral em meados dos anos 90. Todos os consoles da época ganharam conversões de MK e MKII enquanto a mídia discutia, de forma bastante simplória, a violência nos videogames. Foi Night Trap que entregou o tema ao senado Norte Americano mas foi Mortal Kombat que alimentou discussões acaloradas envolvendo má criação dos pais e o simples prazer de arrancar cabeças virtuais no famigerado 'Super Nintendo'.
Mortal Kombat foi a única franquia que rivalizou de igual para igual com 'Street Fighter II' no ocidente e ao contrário da série da Capcom, os fatalities, personagens e a história pós apocalítica resultaram numa adaptação bem mais interessante que a colorida história do concorrente japonês...
No filme e jogo a Terra é apenas um dos vários reinos de uma realidade que nós ainda não conhecemos e é disputada por outros reinos. Temendo uma putaria generalizada os tais deuses antigos só permitem genocídios interdimensionais caso um reino vença o outro em um torneio de artes marciais.
Ocorre que a Terra já foi derrotada em 9 torneios e se perder este estará nas mãos do inglório sadomasoquista Shao Kahn. O deus do Trovão Raiden tem a dura missão de defender o nosso plano e escala alguns lutadores terrenos que irão nos defender neste último Mortal Kombat. Assim como no jogo original Liu Kang, Jonny Cage, a deliciosa Sonya, Sub Zero, Scorpion e Kano dão as caras. O filme foi um tremendo sucesso aqui no Brasil na época e na minha modesta opinião continua sendo a melhor adaptação de games até hoje feita na história do cinema...
O filme olhado por certa ótica é bem fraquinho, já que a canastrice encorpora em todos os atores da fita, inclusive Christopher Lambert, os efeitos especiais não são revolucionários e o roteiro também não é lá essas coisas, mas o filme conta com vários acertos...
A direção de arte é ótima, recriando com fidelidade Outworld, a ilha e todos os outros cenários. A edição do filme trás dinamismo não o deixando monótono em nenhum momento nos seus 101 minutos de duração. O figurino também acerta em cheio, realmente nos transportando para aquele mundo e o som está bastante crível tanto nas dublagens de certos personagens, quando nas cenas de luta...
O filme gerou uma bilheteria mundial de aproximadamente US$ 580.000,00 uma sequência era mais do que esperada e, dois anos depois, finalmente ela saiu… e decepcionou todo mundo. Para começar, todos os atores do filme original levaram um pé na bunda exceto o Robin Shou, que interpretava o Liu Kang. O filme acaba sendo uma coleção de decepções, com uma história bem ruim (que tem absurdos como o Raiden resolver desistir de ser deus e trocar de roupa no meio do filme, usando uma vestimenta que me lembrou o Duke Nukem) e uma porrada de personagens que ganhavam cerca de 10 ou 11 minutos de ação cada, afinal de contas, a história tinha que caber nos 90 minutos. Pra completar, ainda há uma série de erros em relação à história original de Mortal Kombat, como, por exemplo, o fato de Shinnok ser apresentado como pai de Shao Khan e Raiden (que também não são irmãos).
Mortal Kombat é um jogo de luta e nada mais correto que colocar o enredo do jogo apenas para justificar o que todos queríamos ver no cinema: PORRADA!
E Anderson acertou na mosca ao escolher o coreógrafo Pat E. Johnson, que deu intensidade, velocidade e agressividade às lutas entre os personagens favoritos dos jogadores apegando-se aos conceitos básicos dos filmes chineses pé na cara. Acredito que muitos torcem o nariz para essa película e acho que pelo fato de ter marcado tanto minha infância eu gostar tanto dele... Mas confesso que até hoje jogo o game e grito uns FATALATIES por ai, hehe...
Ainda acho Terror em Sillent Hill a melhor adapatação de jogos. Motal Kombat é bom, mas envelheceu mau, muito mau, e a seqüência nem merece menção. Não entendo o que os figurões de Hollywood tem na cabeça para fazerem o que fazem com as adaptações de games, desenhos e HQs. Street Fighter, Mortal Kombat, Dragon Ball e Spawn sofreram em suas mãos, mesmo com roteiros riquíssimos.
Um clássico da minha infância e a melhor adaptação de videogame para o cinema, ao lado de Terror em Silent Hill. Só uma correção: O filme faturou cerca de US$ 122 milhões na bilheteria mundial e não US$ 580.000 como você citou. O custo da produção girou em torno de US$ 20 milhões. No Brasil levou mais de 1,2 milhões de espectadores aos cinemas. Sucesso absoluto!!!
Caro Luiz Fernando obrigado pela correção, com certeza devo ter confundido a bilheteria com outro filme...
Um clássico!, um dos filmes que eu mais assisti por fazer parte da minha infância...