O nível de exigência do público está cada vez mais descaído.
É impressionante a quantidade de elogios que se lê pela internet a respeito deste filme. Coisas do tipo "me surpreendeu", "engraçado e passageiro como um filme de comédia deve ser", "as atrizes estão ótimas" e etc. Minha gente, Mulheres ao Ataque é tudo menos engraçado, bem atuado e MUITO MENOS surpreendente. É certo que o gênero mais sem criatividade atualmente é o 'terror' e principalmente a 'comédia'. E claro que todo ano temos aqueles produtos hollywoodianos enlatados, reciclados e que no fim são descartáveis mas que divertem e conquistam os mais diferenciados gostos. Vovô sem Vergonha e O Ditador pra quem curte uma comédia mais escatológica. O Verão da Minha Vida ou Uma Viagem Extraordinária pra os que se interessam mais por comédias lights e para toda a família. Claro que isso não é uma regra, ou a verdade absoluta, até porque, gosto é algo bastante subjetivo. É apenas um quadro de exemplos mal rabiscado de que algumas comédias esquecíveis tem o seu valor. E Mulheres ao Ataque não possui a cartilha - ou requisitos - necessária para agradar (deixando de lado a questão do gosto pessoal) e é onde quero chegar.
Nick Cassavetes entrega aqui seu trabalho mais medíocre. Não que ele seja grande coisa, mas suas empreitadas já renderam bons filmes como Alpha Dog, Diário de uma Paixão e Uma Prova de Amor também protagonizado por Cameron Diaz. Mulheres ao Ataque é seu primeiro filme comercial de comédia e já se mostra um completo amador, um desesperado por dinheiro para pagar contas atrasadas. Nada se salva. As piadas são as mesmas, o elenco é fraquíssimo, e a moral é ridícula. Demora pelo menos quase uma hora pra algum personagem te chamar a atenção. Eu simplesmente não estava dando a mínima para as mulheres traídas.
As situações que trazem humor são as piores possíveis. As choradeiras superficiais de Leslie Mann, as caras e bocas de Cameron Diaz quando é acusada de ser a amante e até um cachorro cagando no apartamento. Os diálogos piadistas são horrorosos, cheios de comentários excessivamente femininos, o que era de se esperar de um roteiro escrito por uma mulher. Não que isso seja ruim ou machismo da minha parte. Missão Madrinha de Casamento é um ótimo exemplo de filmes com piadas femininas e escrita por mulheres. Mas sabe aquele momento quando o filme engrena de vez e fisga o espectador naquele típico pré-clímax quando o palco está pronto para a cartada final onde o filme se encerrará com chave de ouro? Pois é, não existe.
Só que agora as tês mulheres estão unidas para se vingar do cafajeste. Passam a escova de dente do moço no vaso sanitário, colocam o chamado laxante em sua bebida que leva à ultrapassada piada de caganeira, misturam químicas para queda de cabelo no seu shampoo, e pra finalizar a mulher com ele casada (Leslie Mann) retira todo o dinheiro de seu investimento de não sei aonde ou de uma maracutaia de não sei o que (em nenhum momento o filme se aprofunda nisso. essa questão é usada apenas para o pretexto da vingança no final) numa atuação de Nikolaj Coster-Waldau digna de framboesa de ouro, o que me faz acreditar que infelizmente a criatividade está extinta em Hollywood. O que remete a frase inicial do texto. É sério mesmo que viram graça nisso? A resposta pra isso se encontra nos já citados elogios pela internet e na boa bilheteria que rendeu, quase $200 milhões em todo o mundo. Não me resta dúvidas: O publico está ficando menos exigente.
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