Muitos filmes "live action" são baseados em livros, quadrinhos ou em desenhos. Se eu fosse um diretor, o primeiro filme de adaptação que faria seria o Ninja Scroll. Este filme de animação japonesa é o meu favorito do gênero e traz muita ação e carga dramática em uma história envolvente e bem escrita. Esqueça o rótulo infantil dos filmes animados: esta película tem temática adulta com extrema violência e clima que foge do esteriótipo de animação japonesa.
A história não é baseada em nenhum fato verídico e nem se localiza em uma era ou ano específico, apesar de aparentar se transcorrer no Japão feudal. Dentro desta temática samurai/ninja do passado japonês, o samurai andarilho Kibagami Jubei por acaso se envolve em uma grande conspiração do seu arqui-inimigo Himuro Genma que, aliado a seu exército de guerreiros demoníacos, pretende montar uma força para assumir o poder no Japão. Jubei é forçado a se aliar a um espião do governo e a uma perigosa e bela ninja chamada Kagero, que expele veneno capaz de matar qualquer homem que beije seus lábios. O único defeito no enredo transparece nos momentos onde a trama se aprofunda demais nos detalhes políticos da conspiração e gera um nível desnecessário de informações.
Mesmo assim, o filme se desenrola em um ritmo envolvente e desde o início alterna cenas de ação com momentos dramáticos. A direção é impecável e traz emoção e tensão na medida certa para construir uma obra prima em forma de anime. A animação em si é muito bem feita para a época e possui traços que fogem dos conhecidos estereótipos de animações japonesas. Isso ajuda a manter o tom adulto da película que em nenhum momento se rende aos clichês do gênero.
O grande destaque, ao meu ver, vai para as cenas de lutas que são extremamente bem coreografadas e executadas em conjunto com uma trilha sonora adequada. O exército de Genma é formado pelos "Oito Demônios de Kimon", que são guerreiros que possuem habilidades especiais diferenciadas e mortais. Jubei precisa usar diferentes estratégias para derrotar cada um deles e o filme explora isso de maneira inteligente e emocionante para o espectador. O fato do herói também sofrer e se machucar ajudam a aumentar a identificação e o carisma.
Foi criado um seriado também no mesmo ano, com 13 episódios e mesmo que tenha várias qualidades não chega aos pés do filme.
Ótimo comentário! Também é uma das minhas animações preferidas. Jubei é um dos melhores exemplares de lobo solitário que já vi. A série de 13 episódios nem se compara mesmo. Aliás, sou apenas eu que gosto daquela baladinha que toca no final do filme? Velhos e bons tempos, haha.