Paul Haggis não faz aqui um filme tão genial como Crash, mas mantém seu nível de qualidade e realiza um dos grandes filmes realizados sobre a Guerra do Iraque, que encontra força na interpretação brilhante de Tommy Lee Jones como o pai que busca a verdade sobre o seu filho e Charlize Theron, escondida na maquiagem, como a policial que investiga o caso. Na abordagem da questão política, é um trabalho estupendo, que se vale de interessantes metáforas e cenas simbólicas. Exemplo: quando Hank conta ao filho de Emily a história bíblica de Davi e Golias (de onde saiu o nome do filme originalmente, In The Valley of Elah) e usa dela para instigar o menino a enfrentar seus medos. De maneira um tanto sutil, pode-se interpretar essa sequência como uma tentativa de passar a mensagem de que a luta dos Estados Unidos contra o terror é uma espécie de Davi contra Golias. Apequenado contra a força gigantesca e aparentemente incontralável do terror, os americanos enfrentam seus medos (numa alusão à paranoia) para dar fim ao terrorismo fundamentalista e levar a democracia americana a todos. A sutileza perde fim com a cena final, um primor de simbologia (e que não vou contar para não estragar a surpresa, mas que diz muito sobre a percepção que os americanos têm da guerra). É um grande filme, como thriller policial e como panfleto político.
Críticas
9,5
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