Para começar os trabalhos de cinéfilo, vamos para a Europa e falar de um assunto que está em alta, os ataques terroristas que anda acontecendo por lá, colocar em pauta um assunto como o tratado aqui das duas uma, ou seria uma catástrofe ou seria uma colocação interessante dos fatos, afinal de contas, nos últimos dias mais do que nunca a França sofre por todos os lados ataques terroristas, no filme estamos na Europa contemporânea, profundamente atingida por conta da crise econômica iniciada em 2008, e as ações desses garotos e garotas estão conectadas a esse contexto, eles estão próximos de praticar atos terroristas em lugares simbólicos do país, tudo para chamar atenção, causar tumulto e principalmente para causar uma discussão, afinal de contas, ninguém faria isso sem qualquer motivação.
O diretor – na qual eu não sou muito familiar, esse é apenas a segunda experiência que tive com o diretor – não precisou ou se preocupou em analisar a ideologia dos personagens, na primeira parte o diretor constrói todo um plano para deixar o clima tenso, através de idas e vindas no tempo, da apresentação de um mesmo episódio por diferentes pontos de vista, assim entregando ao espectador as minúcias do plano que está sendo executado, consequentemente muita tensão, já sabemos o que está próximo, contudo, sem a mesma proporção do que realmente vai acontecer.
O segundo parte foca totalmente nas consequências, passado quase todo em uma loja de departamentos onde a garotada se esconde, após o sucesso dos atentados, o diretor nos permite se aproximar mais dessas figuras, só que não o suficiente, o grande e maior problema do filme é sua longa duração, o diretor insiste em focar principalmente o tédio experimentado por jovens que têm de passar uma noite inteira acordados e escondidos num ambiente fechado, é ai que surge a contradição entre os ataques realizados contra símbolos do capital e do poder e o esbaldar-se no consumo dentro da loja, mas ela é desconstruída pelo elemento de brincadeira presente nessa exploração de objetos, roupas, eletrônicos – fato é que, o que mais poderíamos esperar de um grupo de adolescentes com alguma ideologia e pouca (ou quase nenhuma) maturidade.
O final foi filmado como um grande filme de horror, não existe chance para os garotos, o que acontece ali é um massacre por conta dos atos anteriores, o filme de Bonello é longo demais que, ficamos cansados e os personagens se tornam desinteressantes no decorrer dos fatos, ainda que o diretor fuja do didatismo, do planfletarismo, ele se prejudica por conta da longa duração, se fosse mais curto e enxuto talvez funcionasse melhor.
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