Apesar de já ter lido a um tempo a história original e não lembra-la detalhadamente, creio recordar que o seu texto , que não se sabe ao certo o autor e que é base para várias religiões: cristianismo, islamismo, judaismo, ser uma linda história, se analisada , nos parecerá pouco crivel, e dificilmente aceitavél hoje, em nosso mundo levando em conta nosso conhecimento científico, físico e histórico, imaginem a dificuldade de adapta-lá.
Aronofsky escolheu, ao meu ver, utilizar um pouco de realismo fantástico, para nos contar está história, o que pareceu servir muito bem ao desenrolar do filme, e nos tornou mais real, usando um artifício "fantástico e irreal", que é muito funcional e belo na literatura, utilizado primeiro por Rulfo, em "Pedro Páramo", obra que merece uma leitura, e que influenciou Garcia Márquez, que seria o expoente do estilo, mundialmente famoso e nobel de literatura.o
Desta forma, o diretor consegue encrementar a trama personagens como os anjos caidos, a formação do jardim que servirá de matéria-prima para a arca, e as belas cenas das chegadas dos animais a arca.Estamos em um mundo recém criado, um paraíso que Deus até então caminhava, e que o homem fora expulso, obrigado a sobreviver com o seu suor, sob uma maldição do próprio Deus, que se tornou tão contaminado que necessita ser destruído.
Usando personagens enigmáticos e tão mágicos quanto o próprio criador, como o pai de Noé, Matusalém, que é mais reconhecido entre nós com o título de ter sido o homem que mais viveu no mundo, mais do que ter sido pai de Noé, magnificamente interpretado pelo sempre excelente Hopkings, como uma pessoa que viveu tempo suficiente para não precisar mostrar sua adoração tão abertamante, parecendo ser ele próprio uma religião, estando livre dos julgamentos divinos, e tomando sua própria decisão, como quando morre e parece desafiar a Deus, abrindo os braços e ainda mastigando,o que nos mostra ser ele humano e pouco preparado para tamanha fúria divina.Furia qué é o ato continuo do filme, tudo que acontece é para que se possa sobreviver a ela, inclusive Nóe, um homem cheio de dúvidas, mais que enxerga como única forma de obedecer e cumprir as tarefas de Deus sendo forte, por vezes tendo que ser cruel, ou sucumbiria ao seu lado humano e piedoso. fato que parece ocorrer ao final do filme, quando já livre de seus fardos, deixa vir a tona suas fraquesas.
Não é a melhor obra do diretor, mas com um roteiro difícil, me pareceu muito interessante e válida a forma escolhida para nos contar.
Bom filme.
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