O Abutre (2014)
(Texto postado no blog Uma Dica de Cultura. Link: http://umadicadecultura.blogspot.com.br/2015/11/o-abutre-2014.html)
Dos filmes lançados em 2014, e que posteriormente foram selecionados para concorrer às estatuetas do Oscar, O Abutre foi o primeiro a que tive a oportunidade de assistir, quando ele ainda estava nos cinemas. E a surpresa foi grande, no aspecto positivo do termo.
Antes de mais nada, cumpre que eu coloque os dados técnicos do filme: O Abutre foi lançado em setembro de 2014, sendo o primeiro longa-metragem dirigido por Dan Gilroy. Ele consiste em um suspense e tem em seu elenco os atores Jake Gyllenhaal, Rene Russo e Riz Ahmed.
Mas o que mais chama a atenção em O Abutre é o seu enredo. Nele, Jake Gyllenhaal, que perdeu cerca de 10 quilos para interpretar o papel, é Lou Bloom, um homem que ganha a vida executando pequenos furtos e pequenas tarefas e que está à procura de um emprego formal, que lhe é negado por todos com quem conversa.
Até que, uma noite, ele vinha com o seu carro pela rodovia, quando viu um grave acidente no acostamento e decidiu parar para ver o resgate realizado pelos oficiais. A mulher estava presa às ferragens, o que demandou um grande esforço deles, mas o que chamou a atenção de Lou foi outro fato: havia, no local, uma equipe de reportagem muito preocupada em obter o melhor ângulo daquela tragédia.
Lou acaba ouvindo a conversa de um dos membros dessa equipe de reportagem com pessoas ligadas a algum canal de televisão e descobre que esses tipos de imagens são vendidos por uma boa quantia em dinheiro. Então, Lou tem a grande ideia para sair da rua da amargura: comprar uma câmera e um rádio da polícia e correr atrás de tragédias pela cidade de Los Angeles.
Para executar esses serviços, Lou contrata Rick (Riz Ahmed), um jovem extremamente inseguro e sem nenhuma experiência profissional prévia, que o ajuda ouvindo o rádio da polícia e guiando-o em alta velocidade por meio de um GPS.
Ocorre que Lou não é uma pessoa normal. Com o passar do filme, nós vamos percebendo que ele é uma pessoa sem muita empatia pelo próximo, um verdadeiro psicopata, capaz de qualquer coisa para obter as melhores imagens, alavancar a audiência dos seus parceiros e ganhar muito dinheiro com isso.
E ele tem uma grande aliada nos seus objetivos de empreendimento: a jornalista Nina Romina (Rene Russo), com quem ele negocia as matérias e se relaciona pessoalmente mais tarde, e que também não tem qualquer escrúpulo quanto ao que passar ou deixar de passar na mídia: tudo é permitido para manter os telespectadores ligados no seu jornal.
Assim, Lou acaba cometendo toda ordem de imoralidade e de ilegalidade: ele invade domicílios, altera as cenas dos acidentes e dos crimes, esconde provas para produzir matérias futuras e é capaz até de matar seus concorrentes, sempre com o seu jeito calmo e com as suas falas bem construídas, típicos de uma pessoa sem qualquer empatia.
Até que ponto O Abutre tem correspondência com a realidade, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil? Até que ponto as nossas pessoas de mídia vão para obter as melhores imagens e as melhores matérias? Qual é o limite do sensacionalismo? Essas são algumas das reflexões que essa bela película nos permite.
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