Mais um exemplar que trata da relação entre professor e aluno, com abordagem de temas como cárater, honestidade e disciplina. A história se passa em uma escola bastante expressiva, chamada St. Benedict's, onde o professor de História William Hundert (Kevin Kline) ministra aulas intensas sobre a história antiga de Roma e Grécia. É com a chegada do aluno Sedgewick Bell (Emile Hirsch) que as coisas desandam, tendo em vista a aparente falta de vontade do aluno, para com os estudos. Começa ai mais uma história onde o professor fará de tudo para recuperar seu aluno.
A trama se parece muito com outro filme do gênero, "Sociedade dos Poetas Mortos" de 1989, estrelado por Robin Williams, com o profissional do Saber utilizando-se de várias técnicas para cativar seus alunos, e lhe mostrarem o conteúdo. Até onde um professor pode ir para colocar seu aluno nos trilhos da aprendizagem? Até que ponto esta relação poderá desencadear no aluno, suas verdadeiras essências?
O professor Hundert, quando em contato direto com o aluno problema, tenta de inúmeras formas transmitir o conteúdo a ele, porém o mesmo não se importa, e simplesmente não lhe dá atenção. Porém o professor vê no aluno, um grande potencial, tendo em vista que o mesmo é inteligente, apenas está sem estímulo e força de vontade para os estudos. Em determinado momento do longa, o professor coloca seu nome na lista de finalistas de um importante campeonato interno do colégio, porém Sedgewick o decepciona, ao colar na competição.
O diretor Michael Hoffman aborda temas, apesar de soarem um pouco superficial dentro da trama, como a desonestidade e falta de princípios. O mesmo poderia acontecer na vida real, aliás, é o que mais acontece. Um professor concede uma chance ao aluno, para este se redimir, porém este não a aproveita, se registrando um fracasso na carreira deste profissional. Chances mal aproveitadas ou até mesmo falta de oportunidades marcam a trama, como é o caso do personagem de Paul Dano, Martin Blythe, que teve seu nome retirado pelo professor, para que este inserisse o nome de Sedgewick na lista de finalistas, perdendo grande chance de vitória, tendo em vista que o personagem é um dos mais esforçados e inteligentes da turma.
A trama avança 25 anos, mostrando o professor, já aposentado sendo convidado por seus ex-alunos, para uma espécie de revanhe, organizada por Sedgewick. Mais uma vez, cria-se expectativas em relação ao personagem, que outrora apesar de passar por alguns problemas, era inteligente e aplicado quando queria. O professor comanda novamente a sabatinada, com questões sobre Roma e Grécia Antiga. Aparentemente Sedgewick aprendeu sua lição, e com esforço, tornou-se uma pessoa bastante aplicada aos negócios. Porém, isto não dura muito tempo. O professor logo descobre que o mesmo está trapaceando novamente, provando que sua falha de anos antes, não tinha se concertado.
Após uma última lição, perfeitamente orquestrada pelo diretor, em um clima favorável, bem como um elemento surpresa no final da cena, deixa a narrativa mais crível e discutível. O aluno-problema de antes, agora tornou-se um retrato de seu pai, sendo que Sedgewick concorrerá a um cargo no Senado, usando falsamente os princípios que o mesmo deveria ter, para se promover na política, frustrando definitivamente seu professor.
Discussões são levantadas, como por exemplo: O cárater do aluno, que muitas vezes são o reflexo de casa, neste caso o de Sedgewick era o de seu pai, tendo em vista que ambos não possuiam diálogo de Pai e Filho, poderia ser moldado pela escola? A escola, sendo a segunda instituição que nós temos contato, deveria ser um local de mútua aprendizagem e profundo desenvolvimento, onde os princípios estabelecidos somariam com os que vem de casa. Professores, sendo os profissionais ligados diretamente com este Saber e interação com os alunos, devem molda-los e construir seu cárater e estabelecer princípios?
Apesar do longa levantar rentáveis discussões, todas são exploradas de forma rasa, sem aprofundamento, ou abordagem de possibilidades. cabe ao telespectador definir o que é certo ou errado, virtude ou não e o papel da Escola, e sua interatividade envolvendo professor e aluno. Como mostrado aqui, o exemplo de Sedgewick pode muito bem ser comparado com nossa realidade, onde o garoto foi 'moldado' pelos princípios de sua família (Aqui trata-se do Pai), blindando-se dos ensinamentos da Escola, formando-se sem possui a maturidade correta. O mesmo, no final do longa, é mostrado como candidato ao Senado, bem como seu Pai fora, onde o mesmo seguirá as 'virtudes' do mesmo. O professor bem que tentou reverter a situação, arriscando-se ao lhe conferir uma chance de mudança e crescimento, porém esta não fora aproveitada pelo aluno.
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