Desde a metade dos anos 2000 que Mel Gibson não anda bem das pernas... Ator e diretor consagrado pelos já clássicos "Máquina Mortífera" e "Coração Valente" hoje em dia infelizmente está sendo mais lembrando pelas polemicas do seu conturbado fim de casamento envolvendo milhões na separação e outras polemicas envolvendo religiões... Mel Gibson ficou 7 anos sem atuar pois seu último filme tinha sido "Crimes de Um Detetive". "O Fim da Escuridão" foi uma tentativa de Gibson voltar a ativa em grande estilo... Tentativa apenas...
Thomas Craven é um policial do departamento de homicídios de Boston. Viúvo, ele está feliz em receber uma visita de sua única filha, a recém-formada pelo MIT Emma (Bojana Novakovic), que está de folga do seu estágio.
No caminho para casa um momento chave: a menina começa a passar mal. Quando eles estão saindo em direção a um hospital, um furgão para na frente da casa. De lá vêm um um grito e um único tiro, que acerta Emma. Quais os motivos que levaram ao assassinato? Quem ia querer Craven morto? Disposto a vingar a morte da filha, Thomas começa a sua investigação paralela. E do seu jeito...
O filme tem o objetivo de ser um thriller dramático, muito parecido com Busca Implacável com Liam Neeson, que é magistral, porém, enquanto Busca Implacável é ação frenética com algumas cenas de drama, O Fim da Escuridão vem como o oposto, talvez por isso tenha sido tão criticado, o filme não é extraordinário, mas talvez tenham entendido errado o que ele estava proposto a mostrar. O Fim da Escuridão não era pra ser um filme de ação frenético como Máquina Mortífera, como algumas pessoas reclamaram por aí.
Gibson está muito bem em seu papel, não achei nada que o desfavorecesse, e discordo de muitos que o chamam de ator de um só filme. Martin Campbell é o responsável por dirigir o acerto de contas do personagem interpretado por Mel Gibson. Sua interpretação nas sequências da “fase do luto” em que o personagem se encontra após o assassinato da filha são excepcionais. Em algumas cenas, Campbell acaba abusando do sentimental, o que incomoda um pouco, mas que no somatório geral, não chega a prejudicar.
Mesmo com tamanho show de Gibson, ainda resta espaço para boas interpretações de Danny Huston, o cada vez melhor e menos desconhecido Frank Grillo e o sempre ótimo Ray Winstone (A LENDA DE BEOWULF, OS INFILTRADOS), que substituiu Robert De Niro de última hora no papel e ainda fez bonito interpretando um personagem ambíguo, que revela suas verdadeiras intenções no final do filme, de maneira explosiva. Por falar em final explosivo, cabe ao personagem de Gibson arrebentar com tudo em uma sequência final literalmente visceral, onde o público se sente de alma lavada...
Não entenda errado. O Fim da Escuridão não é um mau filme. Mas perde pontos importantíssimos por tudo o que poderia ter sido devido em grande parte pelo irregular roteiro de William Monahan que até ganhou um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por "Os Infiltrados". Martin Campbell está bem, diretor capaz de filmes excelentes como 007: CASSINO ROYALE (tido por muitos como o melhor filme do espião James Bond) até semi-bombas como "Lanterna Verde". É difícil falar mal de um filme do Mel Gibson. Essa pode não ter sido uma volta triunfal do "Mad Mel", mas é uma volta. E é isso que foi importante...
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