Falar e escrever sobre certos atores e diretores é de certa forma clichê e fácil. Vários profissionais cravaram seu nome na história do cinema mundial com trabalhos revolucionários, atuações atemporais e referencias para as gerações seguintes. Acredito que Stanley Kubrick seria um desses nomes. Lógico, você vai encontrar por aí pessoas que não gostem do seu trabalho, ou que falem mal por implicância mesmo ou até mesmo para dar uma de pseudo intelectual. Mas acredito que Kubrick seja gênio mesmo, sua forma de filmar é inconfundível e seu perfeccionismo conhecido por todos...
O Grande Golpe é somente o terceiro longa-metragem do diretor, é evidente sua inexperiência com o riscado, mas ainda assim, é uma obra prima de suspense policial, e como padrão do gênio é uma obra inovadora em vários aspectos. A história mostra o ex-presidiário Johnny Clay (Sterling Hayden) arquitetando um grande roubo no hipódromo, que vai render 2 milhões de dólares e melhor, sem machucar ninguém. Para isso convoca um grupo de comparsas para auxilia-lo, mas apesar de plano super cuidadoso Clay e seus homens se esquecerem de uma coisa: Sherry Peatty (Marie Windsor) mulher de um dos comparsas – uma garota ambiciosa e traiçoeira que está planejando um grande golpe só seu… mesmo que para isso ela precise acabar com toda a gangue de Clay!
O roteiro é baseado no romance Clean Break de Lionel White escrito por Kubrack e é até hoje considerado o primeiro grande filme de roubo em equipe, o longa apresenta uma revolucionária técnica de narrativa que não segue uma cronologia linear e, além disso, mostra os diversos pontos de vistas dos vários participantes do roubo. Uma enorme ousadia para época tanto é que o estúdio interviu quando o longa estava finalizado acrescentando narrativa em off escrita por Jim Thompson (que já havia auxiliado Kubrick no roteiro) para que o público não ficasse sem entender o filme, fato que deixou o diretor furioso, pois ele achava que não era necessário isso para compreensão – e de fato não é, apesar que achei charmoso o resultado final, dando para o filme um ar meio teatral.
O que alguns podem sentir falta é o melhor desenvolvimento dos personagens que de fato aqui não acontece, mas pela estrutura do roteiro seria complicado, por se tratar de um filme com um grande número de personagens, mas ainda assim fica claro algumas das características dos personagens chaves para a trama, mostrando o lado “mau” do ser humano como bem faz Kubrick.
Mesmo não sendo a obra mais famosa ou lembrada do grande diretor é uma produção que já mostra mesmo que superficialmente características marcantes do Stanley Kubrack e que mesmo em preto e branco, com narração em off consegue empolgar e te surpreender, de forma magistral. Além de ter um final brilhante para a trama, é um filme simplesmente imperdível e não sei se foi o primeiro filme que vi do diretor, continua sendo meu preferido!
Valew Patrick, Kubrick é sem palavras... Vergonha dizer isso aqui, mas ainda não assisti "Glória feita de Sangue"...😢
Uma das principais inspirações do Tarantino na elaboração de seu Reservoir Dogs. Alguns chegam a acusar o Taranta de plágio pela cena final.
Nossa Caio essa eu não sabia, rsrsrs...
Dá pra sentir essa relação entre os filmes mesmo!
Quanto à narração em off que irritou Kubrick, acredito que tenha deixado tudo com cara de notícia, como se fosse a reconstituição do crime. Funcionou muito bem.