O Lobo de Wall Street (2007 e 2013)
(Texto postado no blog Uma Dica de Cultura. Link: http://umadicadecultura.blogspot.com.br/2015/11/o-lobo-de-wall-street-2007-e-2013_13.html)
Como o meu amigo leitor pode notar, há duas datas acompanhando o título deste artigo. A primeira delas, 2007, é a data de lançamento do livro. A segunda delas, 2013, é a data de lançamento do filme. Ambos contam a mesma história, mas sob enfoques diferentes, conforme eu passo a lhes contar a partir de agora.
O Lobo de Wall Street é, na verdade, o apelido dado ao empreendedor norte-americano Jordan Belfort, alimentado por ele mesmo perante a mídia e os corretores que se aventuravam a trabalhar em seu banco de investimentos, a Stratton Oakmont.
Belfort ficou bastante conhecido nos anos 90, pois, por meio de suas técnicas criminosas e truculentas para negociar no mercado financeiro, ele obtinha milhares e milhares de dólares por minuto, o que atraía jovens de todos os Estados Unidos para a sua sala de corretagem, que lhe juravam fidelidade absoluta em troca de uma oportunidade de fazer fortuna.
Para além disso, a história do Lobo de Wall Street, como eu pude constatar lendo o livro e assistindo ao filme, é uma história de excessos. Ao longo de ambas as obras, são constantes os relatos de gastos milionários com futilidades, de aventuras sexuais as mais variadas com garotas de programa e de consumo desenfreado de drogas.
Mas toda essa insanidade não passaria impune: após alguns anos enfiando ações goela abaixo de ricos investidores norte-americanos e usando laranjas para obter posições acionárias privilegiadas em empresas, entre muitas outras infrações, Belfort acabou caindo nas mãos da Justiça, que o fez cumprir 22 meses na prisão e destinar os seus ganhos ilícitos para o ressarcimento de suas vítimas. Aliás, ainda hoje, como palestrante motivacional, dizem que parte de seus ganhos ainda é destinada para essa finalidade.
E qual é a diferença do livro e do filme? Bom, eu assisti primeiro ao filme, quando de seu lançamento aqui no Brasil, e pude notar que ele tem um enfoque mais voltado para a comédia e para mostrar ao público o lado depravado da vida de Belfort, interpretado de forma brilhante por Leonardo DiCaprio, que quase levou o Oscar aquele ano, na sua relação com as drogas e as mulheres.
O filme foi dirigido por Martin Scorsese e contou com uma participação especial e hilária de Matthew McConaughey, que levaria o Oscar de melhor ator aquele ano no lugar de DiCaprio, pela sua brilhante atuação no filme Clube de Compras Dallas.
Logo após assistir ao filme, eu li o livro. Bom, o livro, que foi escrito pelas mãos do próprio Lobo de Wall Street, além de falar muito sobre drogas e mulheres, e de modo muito mais chocante e realista do que no filme, conta também a sua história sob uma perspectiva mais analítica, mostrando a sua impressão psicológica sobre as pessoas que o cercavam, as artimanhas que ele utilizava para não ser pego pela Justiça, a sua relação doentia com a sua linda esposa, Nadine, bem como o modo como uma simples dor nas costas fez com que ele ficasse fora da realidade, pelo abuso de entorpecentes.
Aliás, algo muito interessante de se notar, lendo o livro, é a lucidez de Belfort quanto às experiências pelas quais ele foi passando, sendo, inclusive, uma pessoa crítica quanto ao comportamento da elite econômica com a qual convivia, os denominados WASPs (“White Anglo-Saxan Protestants”), que o repudiava pelo fato de ele ser judeu.
Enfim, a dica de cultura do dia fica por conta da história do Lobo de Wall Street, um homem que pode ser idolatrado por alguns, em razão de seus excessos, e odiado por outros, pelos mesmos motivos.
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