Podemos perceber que Aronofsky reaproveitou parte da fórmula de O Lutador em Cisne Negro. Sai a luta livre, entra o balé, mas a dor e o sofrimento, físico e psicológico, características que tem se tornado sua marca, continuam.
Randy Robison (Mickey Rourke) é conhecido no mundo da luta livre profissional como “O Carneiro”. Embora ainda seja lembrado por muitos fãs devido ao passado de glórias, agora compete no circuito independente, longe dos grandes eventos. Com idade avançada e saúde prejudicada por uma vida de excessos, Randy descobre da pior maneira que a única coisa que lhe resta é uma luta solitária até o fim de seus dias.
Em resumo, o filme é ótimo. O Lutador traz uma história amarga sobre um homem que, iludido pelo sucesso passageiro, deixou para trás as pessoas próximas até perceber a duras penas sua mortalidade. A câmera quando se posiciona nas costas de Randy, seguindo seus passos, transmite a sensação de vermos um documentário. As informações sobre o mundo da luta livre mostram a realidade por trás dos espetáculos, deixando claro que apesar de armadas e caricaturais, a violência é real. Apesar do nome, o foco do filme é o drama, e a violência mais forte, a psicológica. Desprezado pela filha, abandonado pelo corpo, e rejeitado por uma striper que é praticamente uma cópia feminina sua. Nem um cachorro, último companheiro dos miseráveis, sobrou para chorar por Randy. No final das contas, quando o conhecemos bem, vemos que se trata de um grande sujeito. Outro aspecto que sou obrigado a comentar é a trilha sonora com Quiet Riot, Ratt, Accept e Bruce Springsteen.
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