Está entre os melhores e mais marcantes filmes que assisti na vida. E, consequentemente, entre os que mais vi e revi, nunca me cansando . Poucos filmes conseguem ter tanta força no roteiro como O Profissional.
Ao contrário do que a maioria das pessoas devem pensar, não é um filme majoritariamente de ação/policial sobre um matador profissional que resolve cuidar de uma menina orfã. É na verdade um verdadeiro e belo ROMANCE entre o casal protagonista, tendo como pano de fundo as cenas de ação. Mas o equívoco é compreensível, pois eu mesmo demorei anos e precisei assistir muitas vezes para perceber essa sutileza que não fica tão claro quando se assiste pela primeira vez. No roteiro original, havia uma maior tensão sexual entre Mathilda e León, e o diretor Luc Besson decidiu suavizar essa nuance após rejeição do público em sessão teste (existe a cena na versão extendida). No entanto, não é apenas pela cena deletada que dá para saber a atração entre eles. Isso fica latente e até explicito em várias outras partes, mas que tendemos a interpretar como um relacionamento de carinho entre um adulto tímido e uma menina em situação frágil. No entanto, analisando com mais atenção, percebe-se que existe uma vontade sexual nos personagens, pois a história foi escrita assim. E indo mais além, seria um desfecho realista para o contexto da história. Personagem matador profissional com mais de 30 anos e reprimido sexualmente, uma belíssima pré-adolescente menina orfã com personalidade expansiva e os dois, repletos de adrenalina em suas vidas trágicas, vivendo na mesma casa e dormindo na mesma cama, estranho seria não se relacionarem. Apesar disso ter sido modificado na versão final, as nuances permaneceram ao longo da obra.
O filme é, portanto, excêntrico para o cinema de Hollywood, pelo menos para os filmes do mainstream, não fosse também uma produção francesa. Nunca que escolheriam um ator estranho e desconhecido como Jean Reno para protagonizar em um filme tipicamente Hollywoodiano. Mas foi justamente estas suas características diferentes que se encaixaram perfeitamente na interpretação do assassino profissional. Na verdade, a escolha do diretor seguiu uma decisão que ele já havia tomado em seu outro filme de mesmo enredo, pois quem assistiu a versão original francesa de Nikita, viu o ator no "mesmo" personagem, inclusive com o mesmo figurino. Segundo informações, o roteiro foi escrito tendo ele como referência. Foi assim o papel da vida do ator de origem marroquina, limitado artisticamente, que atua mais para papéis secundários. Tanto é verdade que, até onde eu sei, ele nunca mais fez grande sucesso com nenhum outro filme, apesar de ter aparecido em obras importantes como Ronin e Missão impossível.
Já Natalie Portman fez sua grandiosa estréia para o estrelado. Além de belíssima, já iniciou provando ser uma excelente atriz, interpretando talentosamente o difícil papel da menina orfã.
Não apenas Natalie Portman, como o próprio filme mereciam pelo menos ter concorrido ao Oscar e outras premiações do cinema. Os personagens e muitas das cenas são inesquecíveis. Destaque também para as atuações do sempre ótimo e convincente Gary Oldman, no papel do vilão drogado (Stansfield), e da discreta, mas carismática participação de Danny Aiello. Sem esquecer também da ótima trilha sonora.
Por muito tempo achei o filme perfeito, hoje penso que o filme é quase nota dez, não fossem algumas cenas de ação clichês e o roteiro poder ter aprofundado a relação entre os protagonistas.
Mesmo sem ter conquistado os prêmios cinematográficos que merecia, O Profissional (León) conquistou uma legião de fãs e virou cult. Está sempre figurando nas listas de melhores filmes dos amantes do cinema, inclusive na minha.
Considero este o melhor filme de Luc Besson e de Jean Reno - a quem eu considero um belo ator. A interação dos personagens de Reno e Portman é linda e só o cartaz do filme já me ganha.
Olha ai, ganhando estrelinha. Agora a paz reina aqui.
😏😏😏