[Filme estrelado por Beyoncé é forte candidato ao Framboesa de Ouro]
O diretor Steve Shill possui longa carreira na televisão onde comandou episódios de séries renomadas como Dexter, Roma, Os Tudors e Família Soprano. Com uma bagagem similar, David Loughery roteirizou filmes razoáveis mas conhecidos na década de 90 como Os Três Mosqueteiros e Passageiro 57. Estranho é assimilar o nome desses dois caras experientes nos créditos de Obsessiva. Não que o filme seja uma porcaria. Pois isso seria um elogio. Se esse thriller fosse feito por um principiante recém saído da universidade, até seria compreensível. Mas não foi o caso. A dupla de cineastas – e aí o trocadilho é inevitável – deu uma aula completa de como fazer um filme obsessivamente ruim. Nem mesmo as curvas da Beyoncé – produtora executiva do filme – compensam esse aborto cinematográfico
É tarefa difícil dizer o que esse trabalho tem de pior. Se é o roteiro esdrúxulo que não sustenta meia-culpa, as atuações medíocres motivadas por um texto risível ou o desfecho histriônico que beira o amadorismo. O estranho é que esse suspense de araque fez sucesso nas bilheterias americanas. Supostamente pela presença da Beyoncé e da atriz Ali Larter, a Niki da série Heroes, que faz aqui a femme fatale de um triângulo amoroso não consumado.
Derek (Idris Elba) e Sharon (Beyoncé) formam o par perfeito e bem sucedido. Ele é um renovado vice-presidente de uma companhia. Ela, uma jovem e linda mulher que largou a carreira para ser mãe. A vida estável do casal entra em colapso quando Derek passa a ser assediado por Lisa (Ali Larter), estagiária do escritório que investe pesado no jogo de sedução. A obsessão da garota pelo chefe desperta nela os piores instintos. Quando percebe que não terá chances, a loirinha passa a atormentar a família do executivo.
Desprovido de tensão, de sensualidade ou qualquer outro atrativo que se espera de um filme assim, Obsessiva se revela incapaz de surpreender o espectador. Previsível até dizer chega, o longa reveza a trivialidade do casal com as investidas da garota, numa forma maniqueísta –diria até machista – de visualizar um triângulo amoroso. Ousadia parece que se tornou uma palavra extinta no vocabulário dos produtores de hollywood. Perto desse trabalho, Atração Fatal vira Crepúsculo dos Deuses.
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