Clássicos literários como musicais não dizem muita coisa, nem mesmo as principais premiações salvam.
Durante os anos 60, as produções dos países do Reino Unido dominaram o cinema mundialmente. Trazendo muitas histórias boas, adaptações e safras de pessoas talentosas; como: Peter O’Toole, Albert Finney, Sean Connery, Michael Caine, Julie Andrews, Julie Christie, Tony Richardson, Peter Glenville, John Schlesinger e tanto outros. A grande maioria do publico reconhece este período quando foram lançados os primeiros filmes do espião britânico criado por Ian Fleming e a superprodução épica Lawrence da Arábia (1962) de David Lean. Para alguns cinéfilos reconhecem a época quando foram lançadas obras de vários romances e peças teatrais tanto dramáticas quanto musicais, assim fizeram sucesso grande conquistando muitos prêmios.
Foi uma oportunidade dos europeus pudessem derrubar as produções americanas que andavam maus das pernas resultavam em fracassos comercias. Nesta década se destaca duas produções britânicas que entram na lista de os piores vencedores do Oscar de Melhor Filme: As Aventuras de Tom Jones(1963) de Richardson e o musical Oliver!(1968) de Carol Reed. A sorte destes filmes terem vencido o grande premio de Hollywood se deve ao fato deles não terem tido filmes concorrentes a altura superior ou falta de notoriedade da Academia de não nomear os filmes bons nas principais categorias.
No caso do musical baseado na obra do escritor Charles Dickens, foi rabudo de chutar os favoritos “O Leão no Inverno” e “Romeu e Julieta”, e os azarões “Rachel, Rachel” e “Funny Girl”. Os que ficaram de fora e que mereciam ter maior destaque: os clássicos “2001 – Uma Odisseia no Espaço” de Kubrick, “O Bebe de Rosemary” de Polanski, “Era Uma Vez no Oeste” de Sergio Leone e original “O Planeta dos Macacos”; os divertidos “Primavera Para Hitler” de Mel Brooks e “Um Estranho Casal” de Gene Saks.
Mas falando do filme de Reed é dividida em duas partes: primeira, demonstra a vida do pequeno Oliver em suas condições de órfão e é preenchido por números musicais cansativos que servem de tapa buraco; na segunda é mais interessante pois dá para pular duas musicas desnecessárias “As Long As He Needs Me” e “Reviewing The Situation” e sua aventura envolvendo Bill Sikes e seu novo pai adotivo.
Tirando seus números musicais, não apresenta nada inovador de seus detalhes técnicos da reconstrução da antiga Londres, nem mesmo as atuações dos veteranos Ron Moody (Fagin) e Oliver Reed (Bill Sikes), e atores mirins Jack Wild (Dodger) e protagonista Mark Lester (Oliver Twist) salvam a obra. Para as gerações mais novas se assistirem o começo com certeza lembrarão da canção “Food, Glorious Food” parodiada pelo Carlos Saldanha no “Era do Gelo 2” na cena dos urubus.
Enfim a adaptação de Carol Reed não chega aos pés do filme de 1948 feita por David Lean, porem consegue chutar a bunda da versão de 2005 dirigida pelo Roman Polanski se ele não tivesse trabalho melhor na historia e deixa-la mais interessante ao publico atual. Transformar algumas obras literárias clássicas em musicais as vezes não são boas o suficiente se seu autor não tivesse previsto e autorizar a transformação em obra comum para canções e passos de dança.
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