É merecidíssimo o prêmio de Melhor Filme de 2007 para "Onde os Fracos Não Têm Vez" (No Country For Old Man). É um filme diferente do que estamos costumado a ver.
A começar por um fato interessante que notei após alguns minutos de filme: a trilha sonora. Não existe trilha sonora em Onde os Fracos Não Têm Vez. É cru e nu. Até estranhei, pensando que aquilo seria um defeito dos grandes, mas que nada! Foi inovador e até deu um "clima" melhor nas cenas.
Outra coisa interessante do filme são os 3 personagens principais. Eu acho que jamais vi um filme em que os protagonistas não se encontram/falam/esbarram. Só mesmo nesse. Em nenhum momento eles chegam a se ver, a ter contato. Não. É um perseguindo o outro que persegue o outro, e ficam nessa caça até o fim... e não se encontram.
A sinopse é do meu gosto. Llewelyn Moss (Josh Brolin) encontra uma pick up com heroína, vários homens mortos apodrecendo e uma mala com tentadores dois milhões de dólares, a qual ele leva consigo. O problema é que aí então inicia-se uma perseguição perigosa, na qual Moss deve torcer para que o terrível Anton Chigurh (Javier Bardem)não consiga pôr as mãos nele, porque se isso ocorrer, Moss pode se considerar morto.
Sim, porque Anton Chigurh é um homem malígno e sem piedade. A começar por sua aparência, com aquele corte de cabelo estranho e seu rosto inexpressivo. Javier Bardem interpretou um grande vilão, que mata com a maior naturalidade e indiferença. E mata até com um cilíndro de ar comprimido. Se ele realmente existisse, devia temê-lo e torcer para não cruzar com ele, pois se cruzasse a sua opção seria torcer para ganhar dele no cara ou coroa. Anton Chigurh é um vilão enigmático e frio, e Bardem mostrou ser um ator competente por interpretar tão bem este vilão.
Grande parte do filme fica nisso, na perseguição, onde Anton caça Llewelyn com a mala de dinheiro e Anton é caçado pelo desiludido xerife Ed Tom Bell, muito bem interpretado por Tommy Lee Jones.
Ed Tom Bell foi um dos meus personagens preferidos de Tommy Lee Jones. Fez um personagem interessante; aquele velho confuso e nômade, que não compreende o crime que narra, que não entende porque as coisas mudaram tanto, aquele homem deslocado com o choque das gerações. Dá de ver no seus olhos a confusão do personagem.
Onde os Fracos Não Têm Vez é um filme tenso e sangrento. Mas não aquele sangrendo apelador, em que voam tripas e pedaços de cérebro para todo o lado. É um sangrento no sentido de violento. O descomunal Anton Chigurh faz com que muitos corpos caiam sem vida no palco deste filme. E a falta da música só aumenta o suspense do filme, e nos convence que o silêncio foi a trilha sonora perfeita e ideal. O filme requere atenção aos diálogos, cenas e tudo, mas isso é garantido para quem for ver, pois a trama e a perseguição nos envolve e nos obriga a fixar os olhos na TV.
E se há alguma coisa que concordei bem no filme foi o nome em português. Onde Os Fracos Não Têm Vez? Estranho... pois afinal, não há personagens fracos, e o próprio filme está longe de ser isso.
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