Doyle é um personagem extremamente carismático, com uma empatia tão grande capaz de conquistar a atenção e respeito dos telespectadores em pouquíssimo tempo, em uma grande contribuição de Friedkin que através de um excelente estudo e desenvolvimento do protagonista durão, consegue instigar o público a ir a fundo dos mistérios que cercam esta trama. Hackman sempre se entregou de corpo e alma aos diversos e maravilhosos personagens que interpretou em sua carreira, vencedor até então de duas estatuetas Oscar, e aqui não foi diferente. Além disto, as conexões, as perseguições, os diálogos, a edição rápida e fantástica, a trilha marcante, todos estes elementos ladeados com um brilhante trabalho de direção faz deste exemplar uma verdadeira Obra Prima dos cinemas. Impossível não se pegar arrepiado com as investidas da dupla policial no submundo das drogas em Nova York, em um ambiente hostil e pouco convidativo, mas igualmente excitante. Reviravoltas, momentos icônicos, detalhes que fazem total diferença e muito mais constroem uma história belíssima, que ao longo de seus 104 minutos de duração é capaz de fazer qualquer um se emocionar, se arrepiar e delirar com passagens exuberantes e instantes imersos a tensão e suspense.
Operação França possui um ritmo delicioso, não sendo muito complexo para o entendimento pleno da história, mas requer um pouco de atenção do público para momentos que passam facilmente despercebidos, mas que são totalmente brilhantes para o desenvolvimento dos fatos, bem como um estudo mais profundo e maduro a cerca da personalidade de um protagonista magnífico. Posso citar o fenomenal momento em que Doyle e seu parceiro invadem uma taverna em busca de drogas, boa parte dos diálogos que envolvem o personagem de Fernando Ray, e não esquecendo os olhares inquietos de Hackman, capazes de desnudar seu caráter, fazendo possível uma grande conexão psicológica com o público. Você que estará assistindo à Operação França se pegará, rapidamente, torcendo pelo protagonista, por sua personalidade voltada para um trabalho policial realmente eficiente e voltado para o bem estar da população, sem envolvimento em escândalos, trapaças ou caindo em desgraça dentro da corporação. O que Doyle possui nada mais é que um altruísmo capaz de angariar a cada frame da projeção, mais e mais fãs que seguirão o árduo caminho que a história tende a tomar mais ao meio de sua duração.
Confesso que sou suspeito ao falar sobre Hackman, um dos meus atores favoritos, e mesmo que eu me esquecesse de tal detalhe ao acompanhar este filme, não mudaria absolutamente nada, pois sua interpretação é espantosa, digna de inúmeras premiações e elogios. Mergulhamos a fundo com seu personagem em uma cidade infestada pela criminalidade, onde quase todos são suspeitos ou fazem parte de um sistema que Doyle e seu parceiro se recusam a participar. Ao ponto que a trama vai se desenvolvendo cada vez mais, e o telespectador passa a compreender melhor a situação da conexão em si, envolvendo drogas e muito dinheiro sujo, o ritmo se torna alucinante, com planos externos belíssimos sendo cada vez mais explorados por Friedkin, bem como uma riqueza impecável nos diálogos principais, tornando-se uma mistura fantástica, que sem dúvida, se mostra fundamental para o sucesso que este filme obteve. Tal característica, esse foco externo sendo expandida mais e mais com perseguições fabulosas, tensão pairando no ar com várias surpresas, personagens maravilhosos ladeados com um mistério arrepiante, um detalhamento estupendo quando se fala em aprofundamento de uma personalidade conflituosa, durona e perspicaz, como a de Doyle, só faz aumentar o apreço para com esta obra.
Friedkin conseguiu deixar o público ligado a todo instante, e sua duração não se mostra cansativa hora alguma, muito pelo contrário, aumentando o interesse de quem assiste cada vez mais perto de seu desfecho esplêndido, que chega para coroar com chave de ouro um estudo meticuloso sobre o protagonista e sua mentalidade abalada mais ao mesmo tempo única e decisiva, em uma realização sem precedentes por parte de Hackman. Cada projétil lançado aos céus, em disparos realizados com tanta firmeza, ilustra um homem que nunca irá dar seu braço a torcer, desistir ou pelo menos perder as esperanças de concretizar sua missão, por trás das armas, das ameaças, da face durona e de tudo mais, se encontra alguém inteligente ao ponto de se desmantelar um bando de criminosos sozinho, sem ajuda se for o caso. Doyle Popeye é uma luz no fim do túnel, um fio de esperança em meio ao caos de uma selva de pedra praticamente sem leis, onde no fim, valerão mais o caráter de um policial honesto e engajado, do que alguém durão e irreparável.
Ao subir dos créditos de Operação França, uma sensação de tristeza preenche nossos corações ao passo de que uma reviravolta surpreendente nos pega de surpresa, pois ao longo do processo, a relação de empatia entre protagonista/público fora realizado de forma arrebatadora, que se mostra impossível não nos pegarmos frustrados, bem como chocados, com o desfecho da conexão França. Conseguimos nos enxergar ali, na pele do protagonista, ambos com um sentimento de derrota e fracasso, ao passo que os créditos sobem e as lágrimas juntamente com a surpresa aparecem, em um dos mais belos trabalhos já feitos em Hollywood. Operação França ficará para sempre marcado como algo maior dentro do gênero policial, algo que sempre influenciará outros exemplares, e farão, a cada nova exibição, mais fãs, como este aqui.
Bela Crítica Daniel. Operação França É a concepção Máxima do gênero Policial.