(The 39 Steps, ING, 1935).
Diretor: Alfred Hitchcock. Elenco: Robert Donnat (Richard Hannay), Madeleine Carroll (Pamela), Lucie Mannheim (Annabella Smith), Godfrey Tearle (Professor Jordan), Peggy Ashcroft (Margaret), John Laurie (John), Helen Haye (Sra. Louisa Jordan), Frank Cellier (Xerife Watson), Wylie Watson (Mister Memory), Peggy Simpson (empregada), Matthew Boulton (falso policial).
Em um show de apresentação de um sujeito com uma memória espetacular, chamado Mister Memory, ocorre um tiroteio na platéia. Na correria, um homem, canadense, de visita a Londres, passa por uma mulher que lhe pede abrigo. No apartamento dele, ela lhe revela que é uma espiã e que está sendo perseguida por outros espiões. Ele não acredita muito, mas quando ela aparece morta em sua cama, com uma facada nas costas, ele percebe que sua vida agora está em perigo. Valendo-se de uma pista deixada pela espiã, ele pretende viajar até a Escócia, para saber a verdade e encontrar pistas que possam provar sua inocência. No caminho, perseguido pela polícia e pelos espiões que pensam que ele sabe demais, ele conhece uma jovem que, vista como sua cúmplice, é algemada a ele. Na fuga é obrigada a acompanhá-lo, mas resolve ajudá-lo, ainda que, de início, tenha duvidado de sua inocência.
Podemos encontrar sinopse idêntica a essa em posteriores trabalhos do diretor Alfred Hitchcock. Ela está em “Sabotador” (1942), “O Homem Errado” (1956) e em “North by Northwest” (1959). Porém, a maior parte do que é visto aqui, está contido no livro de John Buchan, no qual o filme é baseado, com roteiro de Charles Benett e Ian Hay.
Este foi o primeiro filme completamente bem sucedido da fase inglesa do diretor, estabelecendo elementos básicos em sua filmografia posterior: a noção do homem errado, aquele injustamente acusado de um crime que não cometeu, e que está disposto a mover o mundo para provar sua inocência. Esse tema, aliado a uma narrativa ágil, realmente, prende a atenção do espectador, não permitindo que ele se levante da cadeira ou desgrude os olhos da tela.
Encontra-se aqui, também, aquele tradicional alívio cômico que faz a platéia respirar fundo, de vez em quando, que é importante e faz parte da técnica do diretor, sendo mais uma de suas características conhecidas.
Em “Os 39 Degraus”, duas cenas que mostram outros artifícios bem interessantes usados pelo diretor, são a do grito de uma mulher que é abafado pelo apito do trem, e a do diálogo sem palavras entre a mulher do fazendeiro e o protagonista.
Este filme não é, propriamente, um suspense tradicional como outros, na obra de Alfred Hitchcock. Trata-se de um thriller de espionagem que pertence à sua fase inglesa, quando o diretor procurava realizar trabalhos mais voltados para uma aventura ágil e intrigante, capaz de divertir a platéia.
Revelar o mistério de “Os 39 Degraus”, não é o mais importante. De acordo com o diretor, se, na trama, existe uma maleta misteriosa, é menos importante descobrir o que existe em seu interior do que a ação em busca dessa descoberta.
A tradicional aparição do diretor em seu filme ocorre aos 6 minutos e 37 segundos de filme, com ele jogando lixo na rua, passando na frente da câmera, no momento em que um casal sai correndo de dentro de um teatro.
O ator Robert Donat atuou também em “Adeus Mr. Chips” (1939), de Sam Wood. A jovem Madeleine Carroll atuou depois, em “Agente Secreto” (1936), do próprio Hitchcock.
A edição nacional em DVD, pela Continental Home Vídeo, traz o filme com imagem em preto-e-branco, no formato tela-cheia, com áudio original em inglês. Inclui biografias e filmografias. 86 minutos.
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