SHANE, EUA, 1953. Direção: George Stevens. Elenco: Alan Ladd, Jean Arthur, Van Heflin, Jack Palance, Brandon de Wilde, Bem Johnson, Emile Meyer, Elisha Cook jr., Edgar Buchanan.
Um pistoleiro, de nome Shane, chega a uma pacata comunidade de agricultores do estado de Wyoming, disposto a mudar de vida e estabelecer-se no local. Após fazer amizade com o fazendeiro Joe Starrett, a esposa e o filho de dez anos, ele fica sabendo que violentos criadores de gado da região os estão obrigando a abandonar suas terras. O “rei do gado” do local contrata um matador profissional para eliminar Starrett, que é líder da resistência dos agricultores. O pistoleiro Shane, que pretendia se aposentar, interfere a favor do amigo e toma seu lugar no duelo contra o bandido.
Este não é um western com muita ação, nem grande aprofundamento psicológico dos personagens, mas é um dos mais bonitos. Cada seqüência traz um enquadramento perfeito, uma imagem linda. Os figurinos e, até mesmo os penteados dos atores e atrizes, são fiéis à época.
Inspirado no romance de Jack Schaefer, o filme foi rodado nas montanhas do Wyoming, como uma alegoria entre o Bem e o Mal: o “mocinho” é louro e veste roupas claras; o bandido é moreno e se veste de preto. O ator Alan Ladd teve, aqui, o melhor papel de sua carreira.
Apesar de usar a violência como último recurso, o roteiro traz todos os bons clichês do gênero. Estão presentes as disputas de terra, a chegada do pistoleiro desconhecido, a luta corporal e o duelo a tiros.
Premiado com Oscar de Melhor Fotografia (para Loyal Griggs, com sua fotografia em Technicolor), o filme foi indicado também nas categorias: Melhor Ator Coadjuvante (para Jack Palance e Brandon De Wilde) Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado. A linda emblemática trilha musical de Victor Young é inesquecível, assim como o tocante comportamento do menino Joey em relação ao recém-chegado Shane.
Este é mais um filme do produtor e diretor George Stevens que bate de encontro ao jeitinho brasileiro de inventar títulos pomposos e ridículos para filmes estrangeiros. O título original “Shane” (que é o nome do personagem principal) foi traduzido para: “Os Brutos Também Amam”. O diretor parece dar azar em relação a isso: outro filme seu, com o título original de “Giant” (que quer dizer “gigante” ou “gigantismo” se preferirem) passou a ser chamado, no Brasil, de “Assim Caminha a Humanidade”. Pior, impossível.
Curiosidades: 1 – este foi o último filme da estrela Jean Arthur (com sua voz irritante). 2 – Brandon de Wilde, que faz o menino Joey, morreu em 1972, aos 30 anos, em um acidente de carro. 3 – o ator Jack Palance usava, na época, o nome Walter Jack. 4 – a filha de Alan Ladd, Alana, aparece como figurante, carregando um saco de batatas.
A edição nacional em Blu-ray Disc, pela Paramount, traz o filme com imagem High Definition, no formato tela-cheia (original), com som True HD 2.0 (em inglês) e Dolby Digital 2.0 (em francês, espanhol e outros). Não inclui extras. O lançamento em DVD trazia comentários em áudio auxiliar do diretor e do roteirista Ivan Moffat (legendados) e trailer de cinema. 118 minutos.
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