De crítico da famosa revista francesa “Cahiers du Cinéma” a cineasta, François Truffaut foi um dos jovens que idealizaram e mudaram a estética do cinema francês com o movimento Nouvelle Vague.
O cinema autoral em ambientes reais ao invés de estúdios e o estilo documental eram as principais mudanças em resposta ao cinema comercial.
Aos 27 anos Truffaut fazia sua estreia com o longa-metragem “Os Incompreendidos”, sendo este um dos primeiros e mais famosos filmes do movimento.
O roteiro quase autobiográfico de Truffaut e Marcel Moussy é extraordinário, interessante e muito realista tanto nos personagens quanto na abordagem da delinquência juvenil e suas causas.
O protagonista e alter-ego de Truffaut foi brilhantemente interpretado por Jean-Pierre Léaud (Antoine Doinel), aqui em seu segundo trabalho na frente das câmeras.
A indicação a Palma de Ouro e o prêmio de diretor no Festival de Cannes, a escolha como melhor filme estrangeiro pelo Círculo de Críticos de Nova York e a indicação ao Oscar de Roteiro, além de merecidamente reconhecer o belo trabalho do cineasta, também serviu para mostrar o quanto sua carreira seria promissora.
Truffaut e Léaud fizeram sete filmes juntos e continuaram a saga de “Antoine Doinel” em mais quatro filmes ao longo de 20 anos.
Infelizmente Truffaut morreu prematuramente aos 52 anos, mas deixou 27 filmes e sua obra permanece importante, cultuada e ganhando novos admiradores que sempre lembrarão o quanto foi e sempre será importante para o cinema mundial.
Léaud com mais de 50 anos de carreira em mais de 80 filmes é um daqueles casos raros de atores mirins que deram certo.
Certamente um filme que não deve faltar em nenhuma lista de cinéfilos, perfeito para conhecer o início de um gênio, que não só adorava o que fazia como tinha profundo conhecimento e paixão pela Sétima Arte.
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