Um filme fraco no geral, Passageiros compensa pelos seus momentos finais e, claro, pelo seu final.
Quem lê a sinopse deste filme fica à espera de um filme sinistro, com a investigação do desaparecimento de alguns sobreviventes do acidente. Porém, quase metade do filme deixa-nos a pensar se não nos enganámos a entrar na sala do cinema. Isto porque o filme avança, avança e nada de misterioso acontece. Apenas vão-se sucedendo consultas que Claire faz aos sobreviventes, nas quais faz perguntas muito diferentes do que seria de esperar, e faz imensos rodeios em vez de ser directa (foi impressão minha ou Claire, para além de uma sem sal, é uma psicóloga incompetente?).
E quando pensamos que o filme pode avançar, como quando Claire tenta fazer perguntas a Eric, ele ignora-as rudemente e só pensa em conquistá-la. Grande parte do filme não passa de uma data de cenas de sedução, nas quais se deveria tentar compreender melhor toda aquela história. Uma pessoa aborrece-se e fica mesmo a pensar: “Livra, parem lá com esse romancezinho manjado e mostrem aquilo que interessa!”. E quando finalmente os desaparecimentos aparecem (passe a contradição), quase nunca são sinistros, e são notados por coisas como alguém não vir a um certo sítio. Alguns chegam mesmo a passar despercebidos pelo espectador. E supostamente eram uma parte importante do filme…
Mas todas estas decepções e momentos de aborrecimento são compensados (nada de extraordinário, mas compensados) pela recta final do filme, onde finalmente a tensão aumenta, fazem-se desenvolvimentos sérios na investigação e começa a parecer que somos perseguidos por todo o lado. O ritmo do filme, depois de muito tempo de estagnação, aumenta incrivelmente até se tornar alucinante. E o gran finale…bem, sem palavras! Fiquei absbilicobanzoobstaférico! Já tinha pensado em algumas teorias, mas nunca, jamais me lembraria que…é melhor não dizer nada! O certo é que o final vem com uma baita surpresa, de deixar de boca aberta. Uma sensação dessas compensa o que o filme foi até aí. Claro que o final não é propriamente inovador, e chega a parecer uma cópia de um filme de terror que eu cá sei. Mas, aqui, a fórmula funciona melhor do que no outro tal filme.
Apesar de poder ter sido um filme com menos meia hora, Passageiros acaba por compensar a sessão. Mas não é nada de marcante.
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