https://blockcine.wordpress.com/2017/01/05/critica-passageiros-passengers/
Quando temos um diretor até então desconhecido que realiza um ótimo trabalho, ele instantaneamente entra no mapa dos cinéfilos que já se veem ansiosos por seu próximo trabalho, que certamente será cobrado para manter ou superar o nível do trabalho anterior. É o que aconteceu com o norueguês Morten Tyldum que após dirigir o ótimo O Jogo da Imitação (2014) deixou os fãs de cinema curiosos por seu próximo filme que viria a ser um sci-fi estrelado pelos queridinhos de Hollywood, Chris Pratt e Jennifer Lawrence. É uma pena ver que o novo trabalhado do diretor, intitulado de Passageiros, desperdice todo seu potencial.
No longa, durante uma viagem de rotina no espaço, dois passageiros são despertados 90 anos antes do tempo programado, por causa de um mal funcionamento de suas cabines. Sozinhos, Jim (Chris Pratt) e Aurora (Jennifer Lawrence) começam a estreitar o seu relacionamento. Entretanto, a paz é ameaçada quando eles descobrem que a nave está correndo um sério risco e que eles são os únicos capazes de salvar os mais de cinco mil colegas em sono profundo.
Sem dúvida nenhuma o plot inicial do longa é interessante e poderia muito bem lidar com diversas questões interessantes, além de ter uma chance de trabalhar uma grande dinâmica entre seus protagonistas, porém nada disso é feito de forma satisfatória. De todos os aspectos interessantes que o filme poderia lidar, o egoismo é o único que o roteiro até tenta trabalhar, porém ainda assim acaba deixando a desejar. Temos aqui uma trama que acaba sendo extremamente previsível e arrastada, de forma com que seja totalmente incapaz de deixar o espectador entretido.
Chris Pratt e Jennifer Lawrence entregam performances apáticas e que nem de longe lembram os seus melhores trabalhos, porém seria injusto atribuir toda a culpa desse ponto negativo aos dois, já que o roteiro acaba não exigindo muito de seus personagens, já que nenhum dos dois é desenvolvido de forma adequada. Uma pena já que o tema isolamento dava uma brecha grande para que tivéssemos personagens complexos e marcantes.
O filme melhora quando um novo personagem, interpretado por Laurence Fishburne, entra em cena e em poucos minutos consegue roubar a cena e ainda por cima adicionar uma dinâmica interessante ao longa, porém, infelizmente, o arco desse personagem acaba por ser desperdiçado minutos depois do mesmo entrar na trama, acabando assim com as chances do longa de enfim decolar.
O único ponto em que o longa parece acertar em cheio é em seu visual que entrega belas imagens, principalmente as que envolvem a parte externa da nave em que os protagonistas se encontram. Méritos da equipe de efeitos visuais que entrega um belo trabalho.
Com uma trama genérica que desperdiça várias possibilidades que o plot do longa permitia, além de acabar desperdiçando uma dupla de atores carismáticos , Passageiros acaba sendo um longa que decepciona em quase todos os aspectos e que acaba representando um ponto negativo na carreira do diretor Morten Tyldum.
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