Este comentário é recomendado pela equipe Cineplayers.
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"Pica Pau - O Filme" é obra frágil que, no máximo, pode servir como entretenimento passageiro aos fãs mais nostálgicos do desenho animado. Porém, a sensação ao ver a produção é de que foi perdida a chance de criar um novo clássico que fizesse jus ao material original.
O Pica-Pau é um personagem de desenho animado, um animal características humanas, que estrelou vários curta-metragens de animação produzidos pelo estúdio de Walter Lantz e distribuídos pela Universal Pictures. Embora não seja o primeiro dos personagens "malucos" que se tornaram populares nos anos 1940, o Pica-Pau é considerado um dos personagens mais notáveis do gênero. Ele é um dos poucos oriundos de desenho animado que possui uma estrela na Calçada da Fama.
Nesta versão dirigida por Alex Zann, especialista em filmes "familia", o travesso Pica-Pau está metido em mais uma de suas insanas brigas por território. Os inimigos da vez são o vigarista Lance Walters (Timothy Omundson) e sua namorada Vanessa (Thaila Ayala). Precisando de dinheiro, eles estão determinados a construir uma extravagante mansão na floresta e lucrar com sua venda, mas Pica-Pau também mora no terreno e não pretende deixá-los em paz.
A natureza irreverente do personagem apresentada nos desenhos é relativamente pouco explorada neste filme. Assim como nos originais, o pássaro oscila entre momentos divertidos, politicamente incorretos e, na maioria das vezes durante esta projeção, particularmente irritantes. Nem a famosa gargalhada ou a quebra da quarta parede conseguem manter a força daquele que dá título à obra. Para piorar, a animação em CGI está longe de ser exemplar e destoa consideravelmente de todo o restante do cenário.
Outro problema são os personagens humanos, que acabam soando insossos e incapazes de deixar uma marca na tela. A brasileira Thayla Ayala, por exemplo, tem personagem extremamente mal desenvolvida pelos roteiristas, o que é ingrato com a atriz. Para piorar, ela, assim como todos os outros atores, usa e abusa dos estereótipos na construção da figura representada na tela, o que fragiliza ainda mais o resultado final.
O roteiro é extremamente previsível e não apresenta nenhum grande momento durante os 84 minutos do longa-metragem. Ele chega a ensaiar uma mensagem ecológica logo no começo e que se mantém ao longo da projeção, mas não é capaz de desenvolvê-la com eficácia. Os créditos finais em desenho, por outro lado, são um pró. Ainda assim, e apesar de todo o carisma do protagonista, é difícil simpatizar com o filme, pois ele utiliza uma fórmula já desgastada e muito melhor utilizada por outros exemplares voltados ao público infantojuvenil.
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