Que trash maravilhoso este filme se mostrou. Foram cerca de 1h e meia de puro deleite visual, de muita sensualidade, diversão, sangue e muitas, muitas piranhas, em todos os sentidos imaginados. Esse filme é de prender a atenção de qualquer um. Esqueça completamente a história, um roteiro plausível ou até mesmo atuações sérias, pois estamos diante de uma Obra Prima do cinema trash, que há muitos anos não apreciava de forma tão eletrizante. Piranha é sinônimo de diversão, e se você souber entrar na onde e no clima do filme, embarcará de cabeça em um universo fantasioso e extremamente delicioso.
Piranha é tudo isto e um pouco mais. A história não existe, tudo no filme é pretexto para mais e mais matança. Mas então o porquê de gostar de uma obra tão sem conteúdo? A resposta está nas entrelinhas da direção rebuscada e cheia de estilo de Aja, que transforma seu filme em um grande espetáculo visual de encher os olhos. A trilha acompanha de perto todos os passos da garotada na água, contribuindo para dar ainda mais adrenalina à trama. O estilo extremamente criativo, a linha de mortes, os detalhes imersos a um sofisticado humor negro, tudo isso pode ser encontrado neste filme.
Os efeitos visuais são uma droga, e isto nunca me pareceu tão certo numa produção destas. Um trash que segue a mesma linha de filmes apresentados na década de 70 e 80 que priorizavam o horror escatológico, o sangue jorrando de tudo que é lado, e claro, as pitadas de humor que nunca devem faltar em produções como estas. Se caso Piranha fosse um filme sério, tudo iria por água abaixo, nada funcionaria e seria um porre total. Mas a graça de ver os banhistas sendo devorados um a um é incrivelmente bem sucedida, e torna uma maravilha poder acompanhar tudo aquilo lá por volta de 1h de filme.
A mulherada nadando pelada, os homens enchendo a cara, o som alto e a maior curtição rolando solta dentro e fora d’água, tudo isso caiu como uma luva para um verdadeiro banquete para as Piranhas e para nós telespectadores, que acompanhamos de camarote muita violência, que aliás, está em alta qualidade, com corpos sendo dilacerados, muito e muito sangue e gritaria, tudo está em um nível maravilhoso, onde somam-se o excelente trabalho do diretor Aja além de uma trilha e fotografia inspiradíssimas. Shue é apenas uma coadjuvante em meio a tanta mulherada pelada e piranhas pra todo lado. Realmente, o show e o filme todo são das Piranhas.
Alugue este filme, e assista tranquilamente em casa, como eu fiz. Tente não pensar em nada, isto mesmo, desligue seu cérebro, não pense no óbvio, pense apenas nas possibilidades das coisas acontecerem, e embarque para este lugar insano e de festa eletrizante, que contagia e te laça eficientemente. Tirando a cena final, que foi a mais tosca que eu já pude ver em um filme, todo o restante da projeção se mostra, apesar dos exageros (bem vindos), um grande entretenimento, barato é verdade, mas viável e eficaz. Ah se todos os filmes trash fossem assim... A vida de quem aprecia esta arte seria mais feliz e fácil.
Piranha é bom sim. Dentro de sua proposta descontrolada, se sai muitíssimo bem, contando com um rebuscado humor negro, uma fotografia de qualidade exibindo paisagens de muita beleza, além de uma trilha eletrizante e de efeitos vagabundos e altamente divertidos. Como não se divertir com a cena do pênis sendo devorado pela pobre Piranha e não se encantar com a dança subaquática das garotas nuas. Filmaço, diversão criativa, de planos belíssimos e de incontáveis bons momentos. Valeria o ingresso caso eu fosse vê-lo nos cinemas, mas já que vi em DVD, valeu pelo menos a locação. Entrou para o meu rol das produções mais toscas que mais se deram bem. Viva essas Piranhas!
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