Um história realista. Nada de contos de fadas!
A vida de Claireece Preciosa Jones é a mesma de vários jovens espalhados no mundo. Ela é abusada pelo pai, agredida pela mãe, cresceu sem amor, analfabeta, gorda, com complexos, e sem nenhum motivo pra viver: "Às vezes eu desejo que não estivesse viva. Mas eu não sei como morrer. Não há nenhum botão para desligar. Não importa o quão ruim eu me sinta, meu coração não para de bater e meus olhos se abrem pela manhã”. "Preciosa - Uma história de Esperança'' é real e um relato forte e comovente, afim de abrir os nossos olhos para a vida, para a realidade do nosso mundo.
Corajoso, ousado, realista, e intrigante. Baseado numa história real, vinda de um livro, o filme é tudo aquilo que vivemos nos dias de hoje. Um trabalho bonito que parece que todos vestiram a camisa e deram seu melhor para a realização do filme não por reconhecimentos, mas parece que foi até mesmo um ato de bondade, de voluntariedade. É só ver as entrevistas e depoimentos dos bastidores. O melhor de tudo isso é que o filme foi feito praticamente por um elenco inexperiente. O diretor Lee Daniels dirigiu apenas um filme antes de Preciosa. Sua direção é ótima. A mesclagem da realidade e fantasia da personagem Claireece foi um artifício excepcional no roteiro do filme.
É um filme difícil de se assistir. O diretor fez questão de abrir mão de qualquer momento feliz na trajetória do filme. Tem sim alguns momentos bons, os sonhos da personagem por exemplo, mas sabemos que a situação não é tão feliz como mostra aquele momento. Em casa é que todo sofrimento é mostrado. Sua mãe é irresponsável, vive dependendo da pensão que era pra ser usada para a primeira filha de Preciosa, é uma vagabunda que só fica sentada no sofá fazendo a filha de escrava. E o pior, trata a menina como se fosse um cachorro encontrado na rua, rebaixando-a e fazendo-a acreditar que é um lixo na sociedade. Até mesmo jogar uma TV em cima da própria filha ela fez. Por essas e outras situações ''Preciosa'' não é um filme fácil de se assistir, mas é necessário.
Gabourey Sidibe em sua estréia no cinema, deixou muitas atrizes veteranas no chinelo. Em seu primeiro filme, a atriz já provou ser tão boa quanto elas, e sua performace lhe colocou na dispulta pelo Oscar na mesma categoria que ninguém menos que Meryl Streep, a veterana da premiação. Sem contar Mo'nique, conhecida por seus filmes de comédia familiar e outros filmes esquecíveis, a atriz simplesmente ganhou todos os prêmios no qual foi indicada e olha que não foram poucos. Sua personagem é um monstro, e ela o interpreta tão perfeitamente que chega a dar medo. É a prova de que existe pessoas que sabem aproveitar a oportunidade que lhe dão e assim provar que podem. O mesmo aconteceu com Queen Latifah em Chicago.
As expressões de sofrimento de Gabourey chega a doer o coração. A menina não tem paz, sua face nunca está feliz. Nada na sua vida traz um pingo de felicidade, a não ser sua determinação em mudar de vida, e seus filhos. Ela sonha em namorar um rapaz branco, rico, sonha em ter glamour, ter reconhecimentos. Lee Deniels transpõe esses sonhos como se fosse um refúgio, e é o que traz um pouco de conforto até mesmo pro espectador. Para ela tudo começa a mudar quando é transferida para um colégio alternativo, pois foi expulsa por estar grávida pela segunda vez. Sua nova professora a faz acreditar em si mesmo, e superar todo o complexo e maus tratos vindos de sua mãe. Aprenderá a escrever, a ler, e a ver que as dificuldades pode sim serem superadas.
Se você está um pouco acima do peso, seu cachorro morreu, seu namorado a dispensou e você acha que está no fundo do poço por causa disso, assista Preciosa. Em 15 minutos de filme você verá que seus problemas não são nada comparado a de pessoas espalhadas no mundo e que sofrem muito mais.
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