Promessas de um Novo Mundo
Promessas de Um Novo Mundo (2001)
(Texto postado no blog Uma Dica de Cultura. Link: http://umadicadecultura.blogspot.com.br/2015/11/promessas-de-um-novo-mundo-2001_29.html)
Hoje, um documentário. Um documentário sobre empatia. Promessas de Um Novo Mundo foi produzido e dirigido por B. Z. Goldberg e Justine Shapiro e foi lançado no ano de 2001. Nele, B. Z. Goldberg, um jornalista judeu, retorna a Jerusalém e passa a conviver com 7 crianças, entre israelenses e palestinos, com o objetivo de conhecer as suas opiniões e sentimentos sobre o conflito no qual estão inseridos.
O documentário foi produzido entre os anos de 1997 e 2000, uma época de paz relativa na região, em razão da assinatura do Acordo de Oslo, o qual foi rompido pela intifada, nome que se dá aos episódios de revolta das populações palestinas contra a ocupação dos territórios que eles entendem seus pelas forças israelenses.
Vamos às crianças. Daniel e Yarko: esses são dois irmãos gêmeos judeus, porém laicos, seculares, isto é, não sofrem grande influência da religião em suas vidas; eles questionam seu avô, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, sobre a existência de Deus, têm medo dos judeus ortodoxos e um discurso de diálogo com relação à questão palestina.
Mahmoud: esse é um menino invocado; ele é árabe e tem um discurso mais radical quando o assunto é o conflito; apoia movimentos políticos como os encabeçados pelo Hamas e pelo Hezbollah e, na sua escola, é dada ao Corão uma interpretação no sentido da libertação do povo palestino da ocupação das forças israelenses.
Shlomo: um judeu ortodoxo, porém com um discurso não radical sobre o conflito; ele estuda a Torá mais de doze horas por dia e o seu destino será trilhar o caminho religioso; em Israel, o alistamento militar é compulsório, mas os meninos que se dedicam ao estudo religioso conseguem uma dispensa por isso.
Sanabel: de todas as crianças, Sanabel me pareceu ser a mais aberta e centrada de todas quanto à questão palestina; ela é árabe e tem um grupo jovem de dança, que ela utiliza com o objetivo de contar a história dos refugiados palestinos de sua região; o seu pai é jornalista e, à época, estava há dois anos preso em uma prisão israelense por ser uma “ameaça”, sem ter tido o direito a um julgamento prévio, o que é um motivo de grande tristeza para ela e sua família.
Faraj: ele é um refugiado árabe e vive no campo de Deheishe; é uma grande esperança na região, pois tem o dom da corrida, sendo um atleta; quando tinha 5 anos, um amigo seu de infância foi assassinado por um soldado israelense; apesar de sua revolta, Faraj ainda consegue manter um discurso de conciliação sobre o conflito.
Moishe: de todas as crianças, a mais radical de todas; ele é um judeu ortodoxo com posições de extrema-direita sobre os temas que envolvem o conflito entre Israel e Palestina; ele usa a Torá para justificar porque aquela terra pertence a eles e os árabes têm de se manter afastados dali ou, se necessário, ser extirpados da face da Terra.
E por que esse documentário é sobre a empatia? Porque, mais para o final do trabalho, algumas dessas crianças se encontram a pedido de B. Z. Goldberg e passam um dia juntos, como crianças, mas também com um momento sério de roda de conversa, em que elas expõem as suas aflições e impressões sobre o encontro e sobre o conflito como um todo. E a empatia, a conciliação entre eles é evidente, apesar das dificuldades. Será que eles continuaram amigos? Vale conferir.
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