Uma comédia atemporal!
Sem dúvidas, Billy Wilder foi um dos diretores mais importantes da história do cinema, tendo em seu currículo obras icônicas como Crepúsculo dos Deuses, A Montanha dos Sete Abutres e Pacto de Sangue, por exemplo. Mas a grande verdade é que seu coração pertencia à comédia. Tinha o dom de escrever roteiros divertidíssimos juntamente com seu parceiro I.A.L. Diamond, e é possível que em Quanto Mais Quente Melhor seja o ápice de sua genialidade.
O trio principal do filme, composto por Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon, funciona em perfeita sincronia. A trama se passa no final dos anos 20 e consta com uma dupla de músicos um tanto quanto... Inusitados? Joe/Josephine (interpretado por Curtis) e Jerry/Daphne (Lemmon) estavam no lugar errado, na hora errada, e acabam presenciando um terrível massacre. Os gângsters percebem a presença dos dois e agora é preciso que eles fujam para salvarem suas próprias vidas.
A saída achada pelos músicos é simples: ingressar em uma banda que estava viajando com destino à Miami e, assim, encontrariam-se livres dos criminosos... O problema é que para fazer parte da banda, era obrigatório que todos os integrantes fossem mulheres. Não resta outra opção: terão que assumir uma nova identidade, e desta vez, feminina. E é aí que está todo o desenrolar do filme, a partir de uma premissa tão simples e atrapalhada.
A história é toda repleta de sequências cômicas e divertidas, desde a cena inicial até a frase inesquecível que conclui o filme. Wilder acertou em cheio nas apresentações musicais e na sensualidade de Monroe; além de mesclar muito bem a relação impossível entre Daphne e o milionário cegamente apaixonado Osgood Fielding (Joe E. Brown). Sobre a "relação" entre os dois, o mais irônico e engraçado chega a ser a empolgação de Jerry quando Osgood começa a presenteá-lo e logo em seguida pede sua mão em casamento. Ele inclusive cogita a proposta, ignorando totalmente o fato de que também era um homem - e o melhor de tudo é que é feito na maior "inocência" dos anos 50.
Honestamente, Quanto Mais Quente Melhor é um trabalho que eleva o meu humor até ao máximo, independente de quantas vezes eu assista. É um filme tão doce e apaixonante que acaba deixando um sorriso no meu rosto durante os 120 minutos. E são poucos filmes que conseguem mexer comigo dessa forma (alguns outros exemplos são 3 Idiotas, 2009; Essa Pequena é uma Parada, 1972 e Jejum de Amor, 1940).
Uma das obras mais significativas para o gênero Comédia/Romance e que influenciaram diversos outros filmes posteriormente. Com um roteiro leve e para todos, Wilder e Diamond entregam um conjunto memorável para os amantes da sétima arte.
Sintetizando: um filme com direção ímpar, roteiro competentíssimo e uma junção de cenas e diálogos inesquecíveis que encanta até mesmo os mais exigentes (além do grande elenco principal e de apoio, é claro, que contribuíram imensamente para que o resultado final fosse assim: perfeito).
Para finalizar minha breve homenagem em forma de texto a um de meus diretores favoritos, deixo uma frase que compõe um dos finais mais marcantes que já pude conferir: "Well, nobody's perfect."
Bom texto, simples e direto.
Obrigado, Marcelo.
Prezo pela simplicidade e pela objetividade em meus comentários (esqueço MUITA coisa dos filmes que assisto, inclusive aqueles que gosto bastante). Não tenho muita memória e conteúdo para escrever textos detalhados - mas quem sabe um dia.
Novamente, agradeço o comentário (tão simples e direto quanto meu texto) 😁