“- Ele é mais forte do que qualquer um de nós!”
“- Mas não é mais forte do que todos nós juntos!"
Alguns preferem acreditar que o Quarteto Fantástico no cinema é amaldiçoado - não dá pra culpá-los, afinal, antes dessa versão ainda precisamos engolir aquelas duas coisas terríveis de Tim Story e uma produção de Roger Corman que quase ninguém viu (me incluo aí) -, mas eu prefiro imaginar que o diretor Josh Trank falava a verdade quando desabafou em seu Twitter dizendo que o estúdio mexeu em seu filme e a versão "real" de seu Quarteto Fantástico seria bem melhor. Por que existe um bom filme escondido em alguns lugares dessa obra que não passa muito perto de ser boa, mas que também não chega a ser o desastre que gritaram por aí. O problema é que em algum momento parece que o botão de "foda-se" foi ligado e tudo foi feito apenas para os direitos dos personagens não saírem da Fox de volta para a Marvel.
A primeira metade do filme consegue ser interessante, apresentando os personagens com calma e tentando criar uma dinâmica interessante entre eles, despertando o interesse do espectador para o restante da produção, mas, quando o quarteto do título - Reed Richards (Miles Teller), Sue Storm (Kate Mara), Johnny Storm (Michael B. Jordan) e Ben Grimm (Jamie Bell) - adquire seus poderes em uma viagem para outra dimensão e a narrativa avança um ano no tempo sem nem ao menos nos dar a chance de ver aquelas figuras descobrirem-se como os seres fantásticos que aguardamos ao longo de uma hora, fica claro que alguém percebeu que a falta de ação ali poderia ser um problema (não era), em um filme de super-heróis e a enfiou de qualquer jeito na metade final.
Então lá vamos nós engolir efeitos especiais medíocres - a cena em que os personagens ganham seus poderes parece coisa de filme amador -, um vilão com zero de motivação - sim, novamente o Dr. Destino (Toby Kebbell), um possível recordista de péssimo aproveitamento no cinema -, e uma batalha final que só não consegue ser mais anticlimática por que quando ocorre o espectador já meio que desistiu do filme. Até por que é difícil manter o interesse quando nem o filme parece fazê-lo, ou alguém realmente estava interessado em toda aquela trama de Reed ter abandonado os amigos e ir viver numa floresta fazendo algo que jamais fica realmente claro?
O que é um desperdício, já que Miles Teller é claramente o melhor e mais carismático ator da produção (e sempre repito: ainda vai ser reconhecido como um dos grandes, aguardem) e precisa ficar um terço do filme longe da tela enquanto a apática Kate Mara, que nos faz pensar que sua irmã mais talentosa poderia se dar melhor ali, e o... bem... o... aquele monte de pedra sem expressão (que ao menos parece pedra, não borracha igual nas produções de Tim Story) ocupam a metragem. Ao menos sobra Michael B. Jordan, ator talentoso e que passa por cima das críticas ao seu posto como Tocha Humana entregando uma caracterização divertida, ainda que bastante próxima da de Chris Evans nos filmes anteriores (que, aliás, era o melhor que aqueles filmes tinham junto com a beleza de Jessica Alba).
Sobra no fim a certeza de que uma continuação é bastante improvável e que, queira ou não a Fox, a única saída para um bom filme do Quarteto é mesmo seu retorno para a Marvel.
E isso nem os críticos de todas as produções do estúdio podem negar.
A resposta para este desempenho enfadonho do Quarteto no cinema é simples: os personagens são ridículos!!! E mesmo quando tornam-se heróis, sào muuuuuuitoooo sem graça. A melhor coisa seria inverter a perpectiva para a do Dr. Destino, claramente o único personagem interessante dali. Mas a saturação já é demais. Quatro filmes, sendo tres deles contando a origem dos heróis, em apenas 20 anos é demais