"OS NORTE-AMERICANOS SÃO TÃO ARROGANTES, QUE PRA SE VINGAR DA DERROTA NO VIETNÃ, INVENTARAM O RAMBO."
__ meu professor de sociologia do segundo ano - o qual eu não recordo o nome.
Percebendo o enorme sucesso que o personagem John Rambo havia alcançado em Rambo - Programado Para Matar, o produtor executivo Mario Kassar resolveu apostar alto numa nova abordagem para o personagem. Uma abordagem menos pesada, menos tensa, menos inteligente até e, porque não, mais popular. Resumindo: Rambo II - A Missão dá um descanso para o cérebro e põe os músculos para trabalhar. Assim sendo, ninguém melhor do que James Cameron (que tinha acabado de realizar O Exterminador do Futuro e um ano depois assinaria Aliens - O Resgate) para escrever o roteiro em conjunto com Sylvester Stallone e fazer de Rambo o ícone do cinema que é hoje.
Mas ainda faltava um nome ideal para a direção. Cameron, como já foi dito, vivia uma fase espetacular e encontrava-se mais do que sobrecarregado. Qualquer outro diretor de peso não desperdiçaria todo o conteúdo do filme anterior, nem da trama e seu potencial. Se fazia necessário um diretor sem muito prestígio para que não se impusesse diante das condições estabelecidas e que não visse problemas em priorizar a ação em detrimento da narrativa. Como Michael Bay ainda tinha espinhas na cara em 1985, George P. Cosmatos parecia a escolha ideal para comandar o longa, visto que o italiano já tinha uma considerável experiência, mas ainda buscava afirmação e um grande filme de ação poderia ser esta alavanca. O resultado foi tão bom, que além de Rambo II - A Missão tornar-se este clássico que é, Cosmatos dirigiu outro filme com Stallone, apenas um ano depois: Stallone Cobra.
Pois bem. Dito essa ladainha toda, chegamos a Rambo II - A Missão como filme, propriamente dito. Basta não ser mais criança para perceber que o filme não é mais do que um pretexto para massagear os egos militaristas dos mais patriotas dos norte-americanos. Qualquer fiapo ou resquício de roteiro não passa de uma desculpa para colocar John Rambo enfrentando e dizimando sozinho um exército de vietcongs e russos (que na "trama" financiam campis de concentração vietnamitas que mantém prisoneiros americanos).
E quanto mais inimigos - que não recebem o menor desenvolvimento, pois não passam de um russo ou um vietcong qualquer - mais a trilha do oscarizado Jerry Goldsmith (levou a estatueta por A Profecia) eleva-se e torna-se instigante, envolvente e traz uma sensação de vitória quase indescritível. Portanto, não estranhe se, lá pelas tantas, sentir-se como se estivesse assistindo Orgulho da Nação, filme fictício inserido em um trecho de Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, pois a sensação é essa mesmo.
E Cosmatos não está lá apenas para filmar um massacre quase bíblico para os ianques. Cosmatos pode até ser um diretor bastante limitado, mas uma coisa ele sabe como fazer: estilizar seu filme e os personagens no limite do caricatual. E se em Stallone Cobra ele, muitas vezes, ultrapassa esse limite, aqui ele consegue manter o filme dentro de um padrão constante, embora exagerado, até o final. Como tirar da memória, por exemplo, a clássica cena da preparação de Rambo, apertando os cadarços do cuturno, atando a fita na cabeça e afiando a faca? Demais!!!!
Rambo II - A Missão é tudo aquilo que o cinema de ação hollywoodiano oitentista um dia sonhou em produzir e nós adoramos consumir: um americano bonzinho e solitário massacrando os russos e vietcongs malvados que aflingem contra a liberdade. Mas sejamos francos: a história que se dane! Isso não é um docunentário!
Como eu citei no meu comentário para First Blood, mesmo que a nota tenha decaído com o tempo, considero e corcondo com este ser um dos maiores filmes de ação de todos os tempos
Lixo. Até o 3 consegue ser melhor, de alguma forma. (Deve ser pela ironia)
Curioso que esse filme tenha uma trama parecida com a de um outro filme que Kotcheff fez depois de First Blood (http://www.cineplayers.com/filme/de-volta-para-o-inferno/5490), só que com Rambo dentro.
Ideologicamente uma tragédia, mas como filme de ação funciona bem, divertido e influente.
O Marcos reaumiu bem. Rambo 2 e 3 tem esse defeito grave, muito recorrente no cinema de ação da década de 80. O 4 dá uma recuperada. Mas embora nenhum delea atinja o nível do primeiro, todos - na minha opinião - garantem uma bela dose de entretenimento, mesmo que seja descerabrado.