O novo “Robin Hood” decepciona, não passando de uma fingida versão adaptada de "Gladiador", com o protagonista, Russel Crowe, revivendo o general Maximus, nessa nova parceria entre o ator e o diretor Ridley Scott. Aqui se conta a história da origem do arqueiro, num filme de longa duração, como aquele do início dos anos 1990 com Kevin Costner, mas sem tanto humor e com um romance aborrecido.
Para não dizer puramente clichê. Viajamos para a Inglaterra do século XII, durante a morte do Rei Ricardo Coração de Leão, e a imediata posse do Príncipe John, que não corresponde às exigências de seu império. Banalizado desde o primeiro ato, o ator Oscar Isaac institui uma figura estúpida ao novo rei. Imputado de devolver uma espada de um filho morto a seu pai, após um discurso fraterno, Sir Robert Tornham, o Robin Hood, depois de fugir de sua condenação, vai até Nottingham atrás do dono da espada e de uma gravura que estranhamente lhe traz algumas recordações: “Ergue-te e ergue-te novamente... até que os cordeiros tornem-se leões”.
Lá excita um romance com a viúva Marion Loxley, vivida por Cate Blanchet, em uma de suas piores performances, constrangendo com uma personagem desinteressante e despersonalizada (de uma camponesa a uma guerreira), limitada a um papel que pouca soma a história. O elenco estelar tem protagonistas irregulares frente aos ótimos coadjuvantes: Max von Sidow, William Hurt e Mark Strong. O primeiro esbanja carisma, e transmite comoção em suas aparições, defendendo a honra de seu filho morto em batalha. Hurt dá dignidade a William Marshal, personagem que pouco fica em cena. Já Strong, novamente vivendo um vilão em uma grande produção neste ano (o primeiro foi no bem realizado “Sherlock Holmes”), encarna aqui o repugnante Godfrey.
Scott vem transitando entre boas empreitadas e verdadeiros fiascos desde que filmou Gladiador, nunca sustentando uma boa história e quase sempre trabalhando com o astro temperamental Russel Crowe. Sua tentativa de impressionar recai a cada ato que sugere alguma coisa empolgante - as encruzilhadas, esquadras, arqueiros - devido a um roteiro mal conduzido, escrito a seis mãos: Brian Helgeland (Sobre Meninos e Lobos), Ethan Reiff e Cyrus Voris.
“Robin Hood” nem mesmo consegue divertir, a não ser por raras sacadas, já que não exibe nada de novo, partindo para um exercício apurado tecnicamente em cenas que apresentam um herói ascendente. As batalhas aos menos garantem cenas charmosas, ilustradas por uma fotografia serena, e vislumbradas com confrontos bem dirigidos. A história daquele que rouba dos ricos para dar aos pobres ficou para depois, restando a de um homem lutando pela liberdade dos Ingleses.
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