O filme Ser Ou Não Ser, é uma incrível sátira da guerra, dirigida com extrema maestria por Ernst Lubitsch - voltando um pouco no tempo, de acordo com pesquisas, o filme começou suas filmagens em 1941, quando os Estados Unidos ainda não tinham entrado em guerra com a Alemanha, o diretor que é natural desse último, decidiu então desafiar a neutralidade americana, claro que ele estava ciente de todos os riscos que passaria, ele decidiu sair do gigantesco sistema de estúdios daquela época e fechou contrato com a United Artist, para quem não sabe, a UA era uma produtora que na época não ganhava ou pagava muitos aos seus diretores, mas que dava total controle da produção ao mesmo.
O fato é que Lubitsch não seria nada, se não fosse o genial - repito genial - roteiro que tinha em mãos, o enredo que era incomum naquela época - quase tudo era adaptado de alguma outra fonte - foi desenvolvido por ele com mais dois colaboradores. O ponto de partida foram as memórias do diretor e a vaidade dos atores de sua época no palco, Lubitsch queria mostrar que os atores eram sempre atores, não importa onde estivessem, só que a história é muito mais sombria do que uma comédia.
O filme se passa em Varsóvia, na Polônia, em 1939, às vésperas da invasão alemã, os membros de uma companhia de teatro, liderado por Joseph Tura e sua esposa Maria Tura, ensaiam de dia uma sátira ao nazismo, durante a noite eles apresentam Hamlet, de Shakespeare, até que um dia em uma apresentação comum Maria acaba se envolvendo com um jovem que admira muito seu trabalho, o piloto tenete Stanislav Sobinski, tudo desanda da forma mais inteligente e hilária possível num plano para rastrear um espião alemão que está para descobrir a rede da resistência polonesa. O filme então se torna uma farsa - de novo, da forma mais hilária possível - que se desenvolve rapidamente, os atores (muitos deles judeus) usam suas competências como atores, para enganar nazistas invasores.
O filme se intercala maravilhosamente entre um suspense sombrio e intricado de espionagem que uma das então conhecidas comédias românticas do diretor - em suma, o filme é uma sátira com toques sombrios, o diretor declarou na época que queria se afastar de ambos os gêneros. O filme tanto consegue ser líbelo e antifascista, como de modo pra lá de bizarra sátira do showbiz, a guerra produz o contraponto sério para a comédia: as pessoas morrem. O filme é brilhante, e genial, é maravilhoso, é tudo o que o cinema representa: genialidade.
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