Os criadores da saga Sexta Feira 13 nunca imaginaram o quão longe sua história e personagens iriam chegar, avançando através de toda a década de 80 com filmes anuais que levavam milhares de pessoas aos cinemas, além de contribuir para modernizar e padronizar um estilo dentro do gênero do Terror. Ao finalizarem a saga na Parte IV em 84, a idéia dos produtores era realmente por um fim nas matanças de Jason, embora apenas 1 ano depois, ávidos por dinheiro, um novo começo tenha sido produzido, mas fracassando completamente. Com isso, mais um capítulo fora realizado, trazendo o que o público gostaria de acompanhar nas telonas: Jason em ação. O filme repleto de humor negro e apresentando de vez o personagem como heroi da saga, se saiu muito bem, conferindo novo fôlego à desgastada história.
John Carl Buechler foi o responsável por dar continuidade à saga e as matanças, porém algo saiu completamente errado. Se as características do sexto capitulo tinham sido acertadas pelos roteiristas e aceitas pelo público, foi por apenas ser um elemento novo inserido dentro de um padrão já gasto e pouco criativo. O que ocorre aqui na Parte VII é justamente uma mistura dos velhos e novos elementos da saga, envolvendo um humor negro (em menor escala que anteriormente) e novamente uma investida ao suspense das mortes e o clima sinistro. O problema é que nada da certo, as coisas não funcionam, tudo vai por água abaixo com uma produção pobre e sem personalidade própria.
Esse filme é fruto direto da ganância dos produtores da série, então logicamente não é composto por profissionais que são verdadeiramente empenhados em realizar um bom trabalho, ou entregar um filme decente que seja ao menos divertido para quem assiste. Se o filme possui uma duração de uma hora e trinta minutos, 80% deste tempo é utilizado de forma ridícula, pouco inteligente e sem um pingo de criatividade. Novamente temos um filme escuro, com mortes sem graça e o mais irritante do grupo de adolescentes de todos os filmes da série reunidos.
A sensação é que o diretor se preocupa apenas em se focar nos relacionamentos dos garotos que ali estão, se esquecendo das mortes ou passagens mais assustadoras. Não existe um clima se quer, onde a projeção fica 15 minutos enrolando com bobagens para acontecer uma morte, depois enrola mais 15 para sair mais uma, e assim por diante, melhorando a qualidade e o interesse apenas no final, quando já é tarde demais. Ninguém está interessado em conhecer os adolescentes, seus problemas e conflitos são ridículos demais para engolir, e tudo não passa disto, um erro que seria fundamental para colocar este capítulo dentre os piores da saga.
As coisas só melhoram com o confronto de Jason com Tina, uma garota paranormal que estampa o poster do filme junto com o assassino. As chamadas do longa ainda afirmavam que finalmente o mascarado tinha encontrado sua rival. Realmente a luta é divertida, e contém passagens interessantes, se desenrolando na mata, passando pela casa e pelo lago da propriedade. Os efeitos até que são medianos, embora neste capítulo seja possível notar vários erros técnicos, como por exemplo a aparição de um microfone da produção. O confronto se arrasta até um final horrendo e sem sentido algum, finalizando de mal jeito e de forma infantil.
Sexta-Feira 13 - Parte 7: A Matança Continua não passa de um produto barato vindo de mentes gananciosas dos produtores da Paramount, que ainda investiriam em mais um capítulo de Jason, trazendo o mascarado à Nova York, mas que felizmente se registraria como mais um grande fracasso da série, afundando-a de vez, sendo vendida posteriormente a New Line. Enfim, um capítulo que não traz nada de novo, recicla de mal forma os elementos utilizados anteriormente, e de qualidade (?), apenas a estreia de Kane Hodder no papel de Jason, que viria a interpretá-lo mais 3 vezes ao longo da carreira.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário