Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith
“ENTÃO, É ASSIM QUE A LIBERDADE ACABA: COM UM ESTRONDOSO APLAUSO....”
De esperanças renovadas após o bom segundo episódio, Star Wars apresenta-nos seu mais sombrio e importante capítulo, aquele que mostrará o nascimento dos gêmeos Luke e Léia e o surgimento do maior vilão de todos os tempos do cinema: Darth Vader. Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (Star Wars Episode III - Revenge of the Sith, 2005) mantém muitos dos problemas dos dois filmes anteriores, como exagero no CGI, narrativa instável e a necessidade – e obrigatoriedade – de interligar tudo o que vemos na tela com o que já foi visto nos filmes de 1977, 1980 e 1983. Mas, com certeza, Episódio III está bem acima de seus dois antecessores, A Ameaça Fantasma e O Ataque dos Clones, pois vai mais direto ao ponto e traz um elenco em uma sintonia muito mais afiada com personagens e roteiro.
Como de costume, o filme inicia com uma grande cena de ação. Aqui, Anakin (Hayden Christensen) e Obi-Wan (Ewan McGregor) perseguem o poderoso conde Dookan (Christopher Lee) e o líder dróide General Grievous que, em uma manobra ousada, seqüestraram o agora chanceler Palpatine (Ian McDirmind). Além de enfrentar a ameaça separatista – que colocaria em xeque a tão “democrática república” e seus interesses -, o Conselho Jedi convive com a sombra do Lado Negro que paira sobre Anakin, atormentado por visões de um terrível futura no qual não pode salvar sua esposa Padmé (Natalie Portman) da morte junto do filho que o casal espera, acreditando que só o Lado Negro pode dar-lhe o poder para vencer a morte.
O elenco, alvo de muitas críticas nos últimos dois filmes, está muito à vontade e faz um trabalho bem digno, com apenas uma exceção (todos já sabem qual, mas vou falar dela depois). Natalie Portman, praticamente jogada para escanteio, com sua personagem voltada para um núcleo doméstico, faz o que pode e não decepciona. Samuel L. Jackson, Frank Oz (como a voz de Yoda) e Anthony Daniels (como a voz de C-3PO) defendem seus personagens com dignidade, sem maniqueísmos. Ian McDirmind faz sua melhor atuação dentro da série, apresentando as facetas sombrias de Palpatine/Darth Sidious. Suas expressões variam de frágeis e indefesas a severas e amedrontadoras. O trabalho de voz do ator também é muito bom. Mas com certeza o destaque do filme é, mais uma vez, o excelente Ewan McGregor. O escocês – reconhecidamente um dos melhores atores desta geração – alcança um nível tão alto que – e me desculpem os fãs mais ardorosos – toma o lugar de Alec Guiness como “O” Obi-Wan de Star Wars. Com um sotaque bem menos carregado do que nos dois filmes anteriores, McGregor dá um show de talento e carisma e até emociona na decisiva batalha final.
A exceção citada acima é, sem dúvidas, Hayden Christensen. O garoto não é de todo ruim não. Mas em Episódio III ele só confirma que não está a altura do personagem. Suas caretas de “malvado” e sua tentativa de engrossar a voz só não são piores do que as cenas que exigem peso dramático. A cena que precede a batalha final entre ele Obi-Wan deveria demonstrar toda desorientação do personagem. Mas, do jeito que ficou, não passou de um chilique, um ataque de ciuminho. De fato, Anakin é o personagem mais complexo da série (Lucas sempre deixou bem claro ser sobre ele toda a saga) e exigia um ator bem mais talentoso que Hayden. Com certeza, essa mancha ficará na carreira do ator. Curioso que o personagem não conseguiu nenhum ator que agradasse crítica e público, nem o ator mirim de A Ameaça Fantasma, nem Hayden na fase adulta de Anakin nos dois capítulos posteriores.
Com relação aos personagens, esse é o filme que apresenta menos personagens de todos da série. Na verdade, de novo apenas o General Grivous, que é um personagem bem interessante. Uma pena que Conde Dookan saia de cena tão cedo, logo na primeira batalha. É sempre bom acompanhar Christopher Lee em cena e o personagem é muito interessante. De resto, o filme se resume aos conflitos entre Obi-Wan e Anakin e o assédio de Palpatine, o que não permite tanta abrangência. Não que isso seja ruim. É só um fato.
A parte técnica, como de costume, está muito boa. Porém, alguns deslizes não passam despercebidos. O contraste de iluminação entre os personagens digitais e os atores persiste nesse terceiro capítulo em menor evidência, é verdade, mas ainda incomoda. Alguns delays em algumas cenas com os clássicos sabres de luz e outros problemas menores de edição em determinadas tomadas não são comuns no trabalho de George Lucas, mas aqui acontecem. A excelência na edição de som, segue sendo marca registrada da série e a trilha sonora continua muito boa, mesmo não tendo nenhum tema clássico, embora o tema que acompanhe a batalha final entre Obi-Wan e Anakin seja muito bom.
Trazendo algumas das cenas mais fortes da série, por assim dizer, como Anakin atacando as crianças no templo Jedi e o desfecho da batalha final, Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith encerra a primeira (na ordem cronológica da trama) trilogia deixando algumas estranhezas, por assim dizer, no roteiro em ligação aos filmes já vistos – mesmo que estas estranhezas não estejam presentes necessariamente neste filme. Por exemplo, no Episódio III Padmé morre ao dar a luz a Luke e Léia. Mas em O Retorno de Jedi, Léia diz a Luke ter algumas poucas lembranças de sua mãe quando criança. Como isso é possível, eu não sei. Do mesmo modo, em O Império Contra-Ataca Obi-Wan diz a Yoda ter tido a mesma idade que Luke quando foi treinado por ele (Yoda). Mas como foi visto em A Ameaça Fantasma, quem o treinou foi Qui-Gon Jin que, antes de morrer, indicou-o ao conselho para ser nomeado como mestre Jedi. De fato, Yoda não terinou Obi-Wan. São pequenas coisas que passam batido – principalmente com tantos anos separando as duas trilogias.
Como ocorrido três anos antes com Episódio II, A Vingança dos Sith recebeu apenas uma indicação da academia (Maquiagem) e acabou ficando só nisso. É o episódio mais sério desde O Império Contra-Ataca e talvez não tenha sido bem recebido por isso. Mas é digno do nome que carrega. Mesmo assim, analisando os episódios I, II e III, chega-se à conclusão de que este é o melhor filme desta trilogia e o que mais chega perto da saga original. Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith encerra um ciclo e inicia um outro, embora em ordem inversa, com dignidade e deixando bem claro: não importa quantos problemas a série Star Wars encontre em seu caminho, sua força, a verdadeira força, permanece viva dentro de todos nós fãs e cresce cada vez mais à cada dia que passa.
Pensei nisso também, Danilo, mas ficou meio mal interligado. Com relação ao comentário MvGregor x Guiness, não quis dizer o escocês é melhor ator do que londrino, longe disso. Sou louco, mas não sou burro! Mas McGregor foi beneficiado pela fase de Obi Wan que ele interpreta e, ao meu ver, sai ileso dos problemas dessa franquia.
PS: Obrigado à todos!!!
Aonde tu leu isso, Lucas?
O Marlon vi isso nos extras do DVD e se você procurar bem no youtube também você acha...😁