Os filmes com temática LGBT são quase sempre a mesma coisa, com premissas que já estamos acostumados, desenvolvimento quase sempre falho, a única coisa que muda aqui ou ali é o desfecho, já fomos apresentados inúmeras vezes aquela descoberta da sexualidade, como lidar com a mesma, como conviver com a mesma, como aceitar a sexualidade como se não fosse um bicho de sete cabeças, por vezes, até me identifico com o tema, por outras, eles me irritam demais, o caso de TERRA DE TEMPESTADES, de Ádám Csász que trilha um caminho delicado para contar falar da descoberta sexual de um garoto, acompanhada de grandes dramas internos e conflitos com familiares e amigos, o diretor evita um ou outro clichê, não se deixa cair em algumas das armadilhas, com algumas cenas lindas, contudo ainda não foi o suficiente para entregar um filme muito acima da média.
O filme conta a história de Szabi, um garoto que está frustrado com seu desempenho no futebol, esporte que praticava apenas para agradar ao pai, de uma hora para outra, ele larga tudo e vai morar sozinho no casarão qu seu avô deixou para o mesmo, numa região afastada da cidade, chegando na cidade, ele conhece um outro garoto que o ajuda na reforma da casa, mas a proximidade da relação entre eles não é bem vista pelos preconceituosos moradores do local, quando um amigo do futebol vem para uma visita e declara seus sentimentos, forma-se um triângulo que pode culminar em tragédia. Sim, é mais uma dessas tramas clichês, capaz de frustar qualquer expectador, é claro que, tudo isso depende de como o diretor conduz a trama.
O diretor vai deixando no decorrer do filme, todos os assuntos que outrora considerou desnecessário, para só então voltar e tramar tudo com mais calma, como na primeira meia-hora de filme, em que se passa quase que inteira nos vestiários, lá os garotos se agarram e se empurrar contendo alguma conotação sexual, não sabemos se o protagonista é mesmo homossexual, ele nunca assume o que ele é de fato, até que no decorrer do filme, isso fica claro. O mesmo acontece com Aron, sujeito com quem o protagonista tem algum laço, ele nunca assume sua sexualidade, contudo, o diretor deixa tudo acontecer com naturalidade, sem qualquer pressa ou usar qualquer artificio.
Para quem assistiu O Segredo de Brokeback Mountain, até encontrou alguma semelhança, que infelizmente não tinha como evitar, ainda assim, o filme tem sua própria personalidade, os garotos escaladas para dar vida aos personagens estão ótimos em cena, deixando o sentimento transparecer, particularmente eu não enxerguei que o filme trilhasse para uma tragédia, seria demais mas, esse é exatamente o caminho que o diretor seguiu sem parecer forçado, a impressão que me ficou é de um filme que fez o que podia com o material, não é maravilhoso, ao mesmo tempo que não é um desastre ou um poço de clichês, bom filme para quem gosta do tema.
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