Desde quando assisti esse filme pela primeira vez, tive vontade de escrever sobre ele, mas nunca me senti pronto para isso, me sentia mais a vontade para escrever sobre um Kubrick da vida, do que sobre um desenho animado, mas não qualquer desenho, se tratava de Toy Story 3, a despedida dos brinquedos (ou suposta, já que um quarto filme foi anunciado para 2017) mais carismáticos que deram as caras nas telonas.
O clima desde o início já mostra ser uma despedida, e isso vai se prolongando disso no decorrer dos minutos, já que é exatamente disso que o filme trata, a despedida de uma fase, das coisas que fazem parte dela, da nossa primeira morada e nossos primeiros bens, daquela vida até então perfeita e sem maiores necessidades, a despedida da infância pra fase adulta.
Andy está rumo à faculdade, e é hora de programar sua mudança e o que vai ou não com ele. Nesse processo, Woody, Buzz e companhia se vêem numa situação crítica, onde podem ser abandonado pra sempre no sótão, parecido com o que já vinha acontecendo ao serem largados num baú, já que Andy hoje já é um jovem adulto e não liga mais em suas aventuras imaginárias e eletrizantes, e é desse ponto que partimos pra quase duas horas de vários tipos sentimentos, a união, a amizade, as decepções, as alegrias, as tristezas, o riso e as lágrimas, que não são poucas.
Toy Story sempre foi uma franquia que se deu bem no cinema, tanto financeiramente, ou com a crítica, os dois filmes anteriores são de alta qualidade, sempre recheados de aventuras e personagens carismáticos que nos faziam não desgrudar os olhos da tela, mas nessa terceira parte, a coisa ficou grande, gigante por assim dizer. Acompanho a franquia não é de hoje, tive o primeiro contato quando era um garotinho franzido na escola, cresci tendo na mente esses bonecos e assistir à esse filme sabendo que seria uma despedia, foi algo difícil demais, à todo momento esperava por algo que me fizesse chorar e não foram poucos momentos.
Logo na primeira cena, somos jogados lá no primeiro filme, onde um Andy ainda criança sonhava com um cachorro de molas guardião e um dinossauro que o derrotaria e um malvado dr. Porcão, ou então a cena que talvez mais mostre a união que esses bonecos criaram, onde de mãos dadas se aproximam da morte até um inusitado resgate.
Toy Story 3 se torna algo colossal no mundo do cinema, não por ser a melhor animação do mundo ou sem erros, mas pela aproximação com o espectador, quem nunca teve seu bonequinho do Batman ou Homem Aranha que era seu favorito quando criança e um tempo depois, aquilo era um nada, pois outras preocupações como o primeiro amor, ou qual curso seguir a vida, tomaram conta de nós, para nos desprendermos da nossa melhor época da vida e vivermos nesse caos que é o mundo adulto.
Mas ainda assim, na última cena, vemos que não precisa ser assim, que todos temos um pouco de criança em nós, seja qual época for. Andy se despede de seus brinquedos, brincando uma última vez com eles, numa das mais tocantes e dóceis cenas que o cinema já produziu, algo lindo de se ver, que faz os olhos brilharem e lacrimejar sem parar, é de cortar o coração ver o quão Andy está agradecido por todo o tempo que passou ao lado daquela turminha e o quão difícil era se libertar daquilo. É o reflexo nosso ali, das boas vindas à esse mundo cheio de regras e monótono da vida adulta.
Toy Story 3 entra no hall dos melhores filmes já criados, repleto de sentimentos, sinceros e puros, de tocar a alma de qualquer ser humano, filme lindo, lindo, de se ver um milhão de vezes e nunca se cansar de chorar com ele, no final, dizemos junto com Andy...
Valeu galera!!!!
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